Aumento no endividamento familiar? Saiba o que isso significa para a economia nacional e o seu lar

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O aumento do endividamento das famílias brasileiras é uma importante taxa de avaliação econômica. Ela reflete não apenas desafios individuais, mas também implica consequências econômicas mais amplas. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), aproximadamente oito em cada dez famílias no Brasil têm dívidas, com taxas médias de endividamento consistentemente altas. Esse cenário não apenas impacta a estabilidade econômica doméstica, mas também reverbera na esfera macroeconômica. É um cenário que afeta a disponibilidade de crédito e aumenta os riscos para o sistema bancário. Entenda como isso impacta no mercado profissional e nos negócios.

Qual o cenário atual da economia doméstica e endividamento?

O endividamento das famílias brasileiras é uma realidade complexa e multifacetada. Uma conjuntura que reflete não apenas os desafios individuais enfrentados pelos lares, mas também as dinâmicas econômicas mais amplas. Medir o nível de endividamento da população molda o cenário financeiro do país. De acordo com os dados mais recentes, a taxa média de endividamento das famílias tem sido notavelmente alta. A cada 10 famílias no Brasil, cerca de 8 têm dívidas, evidenciando uma persistente tendência de comprometimento financeiro.

Em abril de 2023, essa realidade se manifestou de forma marcante, com 78,3% dos núcleos familiares do país reportando estar endividados. Esse número representa um alerta significativo para a estabilidade econômica doméstica. Afinal, o peso das dívidas pode restringir severamente a sustentabilidade dos lares, gerando diversas inseguranças. O elevado endividamento não apenas afeta as famílias individualmente, mas também tem implicações macroeconômicas. A taxa de inadimplência influencia a disponibilidade de crédito, bem como eleva os riscos para o sistema bancário.

Endividamento das familias brasileiras

Um dado importante de se esclarecer é em relação ao endividamento e à inadimplência. Uma população endividada, isto é, com pagamentos pendentes, não é a mesma coisa que uma população que não está conseguindo pagar o negócio estabelecido. Portanto, enquanto o endividamento refere-se ao comprometimento de parte da renda mensal para o pagamento de dívidas, a inadimplência ocorre quando essas dívidas estão em atraso. No entanto, dados da mesma pesquisa indicam que, em abril de 2023, quase um terço das famílias brasileiras estavam inadimplentes.

As causas desse panorama de endividamento excessivo são diversas e complexas. Um dos principais fatores é o uso frequente do cartão de crédito, que se tornou o principal tipo de dívida para os brasileiros. 53% dos entrevistados indicam o cartão de crédito como fonte de endividamento. Mais preocupante ainda é que, desse montante, a maior parte das despesas está relacionada a necessidades básicas, como compras em supermercados. Esse dado sim diz muito sobre a situação econômica do país, afinal, as pessoas estão se endividando para garantir o sustento básico, bem como cuidados elementares tais como saúde e educação. 

O impacto do endividamento não se limita apenas ao aspecto financeiro. Ele também tem repercussões sociais e emocionais. Desestruturamento financeiro afeta os relacionamentos familiares e a saúde mental dos indivíduos. Sentimentos de vergonha e estresse são comuns entre os endividados, conforme revelado pela pesquisa Perfil e Comportamento do Endividamento Brasileiro.

Diante desse panorama desafiador, torna-se crucial uma abordagem proativa para lidar com o endividamento das famílias brasileiras. Educação financeira, transparência familiar e busca por alternativas sustentáveis de consumo são medidas essenciais para promover uma gestão financeira mais saudável e garantir a estabilidade econômica dos lares no longo prazo.

Impacto geral: comércio e outros serviços sentem

O impacto do endividamento estende-se significativamente ao setor do comércio e aos negócios em geral. Quando uma parcela substancial da população está sobrecarregada com dívidas e enfrenta dificuldades financeiras, há uma consequente redução no poder de compra e no consumo.

Em primeiro lugar, o setor do comércio é diretamente afetado pela diminuição da demanda. Quando as famílias estão lutando para equilibrar seus orçamentos, principalmente para manter a segurança alimentar, isso tende a reduzir suas despesas discricionárias. O que são despesas discricionárias? São aquelas que podemos escolher, ou no popular, despesas extras como compras não essenciais e serviços adicionais. Isso resulta em uma queda nas vendas para varejistas, lojas e prestadores de serviços, para o turismo e o entretenimento. O setor de serviços sofre com a redução do consumo. Restaurantes, cinemas, hotéis e outras empresas dependentes do consumo das famílias sentem o impacto direto da diminuição dos gastos dos consumidores. A queda na demanda por serviços resulta em uma diminuição na receita dessas empresas, o que pode levar a cortes de empregos e dificuldades financeiras.

Assim sendo, o endividamento das famílias brasileiras têm um impacto abrangente e prejudicial sobre o comércio e os negócios, e a economia como um todo. É crucial abordar essa questão não apenas para garantir a estabilidade financeira das famílias, mas também para promover um ambiente econômico próspero.

Educação financeira: indicado contra o aumento do endividamento familiar

O aumento do endividamento das famílias brasileiras é uma importante taxa de avaliação econômica. Saiba mais como isso pode impactar o seu dia a dia.

A educação financeira desempenha um papel fundamental na promoção do bem-estar financeiro individual e na construção de uma base sólida para o futuro. Compreender conceitos financeiros básicos, aprender a gerenciar efetivamente o dinheiro e desenvolver hábitos financeiros saudáveis são habilidades essenciais. Uma noção que pode capacitar as pessoas a tomar decisões financeiras informadas e alcançar seus objetivos financeiros a longo prazo. Por isso, ela é indicada para toda a família, inclusive as crianças.

Se na sua família isso não é um hábito, talvez seja hora de começar a ser. Entenda os objetivos financeiros da família e explique a todos os integrantes. É muito importante que as crianças também tenham noção sobre os desafios econômicos do lar. Crie um orçamento e saiba exatamente o destino das suas finanças. Acompanhe seus gastos regularmente para garantir que você esteja aderindo ao seu orçamento.

Por fim, poupe e invista regularmente. Muitas pessoas acham que é preciso altos valores para dar início a um “pé de meia”. No entanto, é mais sobre comprometimento do que valor. Qualquer quantia pode ser o começo da sua carteira de investimento. Em última análise, a educação financeira é um investimento em si mesmo que pode levar a uma maior estabilidade e segurança financeira.

Quer mais dicas de economia doméstica? Aqui no blog temos textos com dicas imperdíveis dadas por grandes nomes especialistas em economia e mercado financeiro. 

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