Ibmec Carreiras Brasília |Conexão com o Mercado | Compliance

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Tempo estimado de leitura: 6 minutos

O setor e as práticas de Compliance são extremamente importantes para as empresas, tanto do setor público quanto do setor privado, que desejam prevenir os riscos e que querem adotar e implementar uma conduta com respeito e com base na ética e transparência.

Para falar um pouco mais sobre esse segmento e de sua experiência na área, o Conexão com Mercado, iniciativa do Ibmec Carreiras, Alinne Ovelar, convidou a profissional Janaina Fiorentin para uma entrevista.

Janaína Fiorentin

Janaína é a responsável pela área de Compliance do CoE Votorantim, desde o início de 2020 – logo quando começou a pandemia. Antes disto, trabalhou na Unimed Campos Gerais-PR, EBANX e HSBC Bank.

Possui MBA em Governança, Riscos e Compliance, estudou Governança Corporativa na FVG, Justice, Law and philosophy em Harvard University Edx e foi bolsista no Management Executive Program, na Ohio University

Janaína, qual a sua história com Compliance? Como descobriu e se inseriu na área?

Minha história iniciou no então Banco HSBC Brasil, no período em que houve a expansão do setor de Compliance. Eu já trabalhava na instituição havia alguns anos, então migrei de área pois me encantei com esse universo que era até então muito novo para mim.

Penso que bancos são grandes escolas, pois o ambiente de forma geral é muito regulado e todos respeitam muito as regras, internas e externas. Os funcionários de Compliance geralmente aprendem de forma muito ampla os motivos que levam uma empresa a implantar um Programa de Integridade e ética, o que é compõe um ambiente de conformidade, e depois, vão entendendo todos os processos em detalhes.

As minhas experiências seguintes estiveram relacionadas a monitoramento e screening de terceiros, processos que chamamos know your supplier e Due diligence, até que em certo ponto comecei a trabalhar com aculturação ética, gestão de canal de ouvidoria e coordenação de comitê de conduta, segmento onde me encontrei como profissional e é onde atuo até os dias de hoje.

Para cada etapa de minha carreira, precisei estudar muito pois cada degrau representava um desafio completamente novo e diferente do repertório que eu já tinha adquirido até então. Por isso busquei cursos direcionados ao que eu precisava, tanto dentro do país quanto fora. Outro ponto super desafiador foi percorrer diversos business diferentes, com regras e reguladores distintos, dentro das áreas financeira, cooperativa, saúde até indústria. 

Gosto de pensar que quando temos um ambiente de conformidade, patrocinado pela alta gestão e construído por todos, todo mundo sai ganhando.

O que é Compliance para você e quais os seus principais objetivos?

Para mim, pensar em Compliance é como pensar naquela área que garante um ambiente sempre melhor para todos. Está muito ligado ao “fazer o certo pelo certo”, então, quando vemos isso no DNA de uma empresa é gerada uma cadeia de consequências positivas:

-O funcionário fica tranquilo em saber que trabalha em um ambiente respeitoso;

-O fornecedor fica tranquilo em saber que fará negócios com uma empresa íntegra;

-O cliente que sabe que está consumindo um produto/serviço feito de forma séria e dentro do que determinam as leis e regulações;

-O investidor que sabe que a empresa mantém seu crescimento de forma sustentável;

Então, é muito satisfatório quando vemos as empresas proporcionando um cenário favorável para que o Compliance se desenvolva e possa atuar de forma estratégica.

Em sua opinião, Compliance é para todas as empresas?

Sim. Compliance é para todas as empresas, mas com certeza ele não se configura da mesma forma para todas. Não existe empresa, por menor que ela seja, que pare em pé sem o mínimo de organização, uma rotina estruturada, funcionários honestos, registros contábeis confiáveis, fornecedores íntegros e clientes satisfeitos. Quando falamos desse tipo de estrutura básica para uma empresa funcionar, estamos falando em conformidade… que é Compliance!

Quando a empresa tem um porte maior, na minha opinião, ela PRECISA de Compliance, para ter garantias de integridade e ética nos seus processos, além de passar uma imagem real de transparência nos negócios. Isso dá segurança para clientes, fornecedores e dá respaldo para funcionários e sócios.

Acredito ainda que para se ter um ambiente de conformidade, é importante alinhamento com áreas afins como governança e controles internos. Eles também são responsáveis por criar mecanismos para mitigar risos, o que é tem muito peso, inclusive na questão reputacional. Estão todos interligados.

Quais as suas dicas para quem deseja se especializar e crescer na área?

Acredito que para se especializar é necessário ler muito, estudar, pesquisar e fazer bons cursos sobre Compliance.

É um universo muito amplo, temos por exemplo o Compliance regulatório, o Compliance que atua diretamente na prevenção a lavagem de dinheiro, temos áreas ligadas a aculturação ética e canal de ouvidoria, também podemos falar em governança, riscos e controles internos, segurança da informação, então, acredito que conforme o profissional vai achando seu espaço, também vai encontrando a área de maior afinidade… depois disto fica mais fácil afunilar conteúdo e buscar conhecimento dentro do que cada um se identifica mais.

Penso que para quem quer trabalhar com isto, é fundamental que se goste muito do que faz, afinal é uma área ainda vista por muitas pessoas como “burocrática”, então quando fazemos isso com felicidade, podemos ir mudando esse estereótipo aos poucos.

Como você se mantém atualizada sobre o assunto e por dentro das novidades sobre a área?

Eu procuro acompanhar blogs e newsletters sobre Compliance e temas relacionados, como ESG (Environmental, social and corporate governance), controle de riscos, governança e até mesmo proteção de dados pessoais.  Além disto, sempre que posso, participo de eventos que possam me trazer uma visão reciclada de assuntos do dia a dia, como congressos e palestras – agora virtualmente por conta da pandemia.

Uma coisa que eu gosto de ter sempre em mente é: ninguém chega a lugar algum sozinho…. todo profissional só cresce com ajuda de outras pessoas, e depois ajudando quem está começando. Neste sentido, eu procuro manter bastante contato com outros profissionais da área. Acredito que essa troca de figurinhas sobre experiências seja extremamente enriquecedora, assim podemos aprender com quem já passou por situações similares às que estamos passando eventualmente, e claro, compartilhar o conhecimento que já adquirimos em nossa jornada.

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