Desafios da escassez de profissionais qualificados para a indústria da tecnologia 

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A crescente escassez de profissionais qualificados para a indústria tornou-se um desafio premente para o setor. Isso gerou impactos significativos em sua produtividade e capacidade de inovação. Este fenômeno, evidenciado por pesquisas recentes e relatórios setoriais, reflete a complexa dinâmica do mercado de trabalho. À medida que a transformação digital e a demanda por habilidades específicas continuam a crescer, a formação passa a ser um obstáculo. Logo, as empresas lutam para encontrar profissionais qualificados. Felipe Furtado, Diretor Nacional de Ensino do Ibmec trouxe uma perspectiva sobre as raízes deste problema. Quais são os efeitos disso em setores-chave da indústria e as iniciativas que podem driblar esse desafio. 

Mão de obra qualificada: sobre o que estamos falando?  

A mão de obra qualificada, no contexto da tecnologia e da indústria, refere-se a profissionais que possuem conhecimentos, habilidades e experiência específicas. São formações que permitem desempenhar tarefas específicas de maneira eficaz e eficiente. No entanto, o significado exato de mão de obra qualificada pode variar dependendo do setor e da tecnologia envolvida. 

Muitas vezes, a qualificação começa com uma base sólida de educação formal, como diploma universitário, cursos técnicos ou treinamento especializado. Isso pode incluir graduações em engenharia, ciência da computação, eletrônica, entre outros, dependendo do campo de atuação. Além da educação formal, a experiência prática desempenha um papel crucial na qualificação. Profissionais qualificados têm anos de experiência em suas respectivas áreas, o que lhes permite aplicar seu conhecimento de forma eficaz no mundo real. 

Em setores de tecnologia e indústria, as habilidades técnicas são fundamentais. Isso pode incluir programação, operação de máquinas complexas, design de sistemas, análise de dados, manutenção de equipamentos de alta tecnologia, entre outras competências específicas. No entanto, com a rápida evolução tecnológica, profissionais qualificados devem ser capazes de se adaptar a novas tecnologias também. Isso implica a capacidade de aprender continuamente e acompanhar as tendências do setor. 

Um profissional qualificado é capaz de analisar problemas complexos, identificar soluções eficazes e tomar decisões informadas. Isso é particularmente relevante em ambientes de alta tecnologia, onde os desafios são frequentes. Em resumo, mão de obra qualificada dentro do cenário da tecnologia e da indústria abrange um conjunto diversificado de habilidades. A busca por profissionais qualificados é impulsionada pela necessidade de manter a competitividade, melhorar a produtividade e enfrentar os desafios da rápida evolução tecnológica. 

Quais as expectativas para o setor no Brasil?   

De acordo com Felipe Furtado, de um lado, temos o avanço acelerado dos processos de transformação digital em diversas indústrias. Isso faz com que se aqueça o mercado de trabalho mundial de tecnologia da informação e comunicação (TIC). Ou seja, há um aumento na procura de profissionais de TI e mais capacitados. Por outro lado, com as incertezas no cenário macroeconômico mundial, o aumento do desemprego nacional, e associado à escassez de mão de obra qualificada, abre-se um gap. Para a resolução dessa lacuna, tem-se a oportunidade de formar mais pessoas em TIC, assim como, promover a transição de carreira de outras áreas para tecnologia. 

Adicionalmente, como efeito da pandemia da Covid, as empresas se adaptaram ao trabalho remoto. Esse cenário gerou menos custos com infraestrutura física, bem como, possibilitou maior qualidade de vida dos colaboradores que podiam trabalhar de casa ou qualquer local do mundo. 

“Em países em desenvolvimento, continuar no seu país e trabalhar para países mais desenvolvidos implica num maior poder aquisitivo e, consequentemente, gera uma maior competitividade nas empresas de TIC, pois  precisam atrair e reter seus talentos de forma mais agressiva.” Complementa Felipe.  

Essas diversas variáveis formam um cenário complexo e deficitário no país. Em 2030, a expectativa é de que mais de 1 milhão de vagas tech ficarão sem preencher no Brasil​. De acordo com um estudo realizado pela McKinsey & Company, por conta da pandemia do, Covid-19, a digitalização de empresas e consumidores avançou, em 8 semanas, o equivalente há 5 anos. O gap de profissionais de tecnologia está crescendo de forma acelerada e as instituições não estão acompanhando o processo.  

“Em resumo, o apagão tecnológico já é realidade​.” Sintetiza o diretor nacional de ensino do Ibmec

O que fazer para preencher o vazio da crescente demanda profissionais qualificados para a indústria?  

Apesar da inovação ser um tema tão atual, o que as grandes empresas precisam vai além de um profissional com domínio apenas de processos e técnicas de inovação. É como Felipe Furtado entende o cenário. Para ele, essa escassez muitas vezes vem de uma formação que não considera o perfil completo necessário. O que precisamos no momento é de uma transformação que vislumbre uma verdadeira cultura da inovação. 

“Uma pessoa qualificada em inovação implica que o profissional consegue ser capaz de atuar no que chamamos de uma ‘Organização Dual ou Ambidestra’. É aquela empresa que possui um alto nível de maturidade em seus processos de otimização. Isto é, possui uma gestão de desempenho e um excelente grau de previsibilidade de seus indicadores-chave, melhorando-os a cada novo ciclo de gestão. Chama-se de cultura da repetição. Isso é muito importante e deve ser feito sempre, a fim de garantir a sustentabilidade das empresas.” Explica o Diretor.   

Entretanto, ele complementa, que, por outro lado, o próprio profissional também deve ser o grande provocador das mudanças internas. De tal forma que seja capaz de disseminar a cultura de aprendizagem com uma gestão empreendedora. É preciso que as empresas permitam executar projetos com graus de incerteza, privilegiando um ambiente de descoberta, similar ao que encontramos numa cultura de startup.  

Para atender este cenário, profissionais que possuam habilidade técnica e estratégica é um verdadeiro diferencial. Logo, esses profissionais são cada vez mais requisitados para as empresas garantirem a continuidade do seu negócio neste século da inovação. Isso foi bastante acelerado pelo processo de transformação digital e é uma habilidade fundamental disputada por muitas empresas. Felipe Furado aconselha quem está investido na formação curricular sobre como se projetar neste mercado:  

“Visite os ecossistemas de inovação e empreendedorismo já consolidados no país com profissionais experientes nas startups de base tecnológica, ou até mesmo, adquira ou realize parcerias com tais empresas. Também é importante conhecer espaços que desenvolvam uma marca empregadora que estimule uma cultura de inovação e participe dos principais eventos de inovação e tecnologia do país, por exemplo, Web Summit, Rio Innovation Week, FutureCom, Rec n’ Play, dentre outros.”  

Fique atento às informações mais atualizadas!  

Aqui no Blog do Ibmec sempre trazemos profissionais de visão estratégica do mercado de trabalho e de negócios. Eles compartilham um pouco da expertise sobre como atuar, como se formar e o que fazer para trilhar um caminho de sucesso. Aqui trazemos informações de cursos especializados capazes de corresponder à chamada de profissionais qualificados para a indústria e diversos outros setores. Para não perder as novidades, acompanhe nossas redes sociais!  

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