Temas econômicos: o país que queremos, como abrir o Brasil ao exterior?

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Na 2ª edição do debate sobre temas econômicos nas eleições, falta de abertura comercial é apontada como freio à competitividade e à geração de emprego

O Globo

Na segunda edição da série sobre 15 temas que deveriam fazer parte do debate eleitoral, propostos pelo colunista Fábio Giambiagi, a discussão gira em torno da abertura comercial. Em sua coluna da última sexta-feira, Giambiagi lembrou que, ao longo dos anos, a proteção contra as importações isolou da concorrência internacional o produtor local, minando os incentivos para a redução de custos.

Também observou que o recurso frequente a índices de nacionalização elevados promoveu a ineficiência e o desperdício de recursos ao longo da cadeia produtiva.

A conclusão é que, em 2022, o diagnóstico continua em boa parte atual, o que é revelador de nosso atraso. Para ampliar o debate, O GLOBO ouviu os economistas, entre eles, o diretor-geral do Ibmec São Paulo e Brasília, Reginaldo Nogueira. Confira sua análise:

Temas econômicos: o país que queremos, como abrir o Brasil ao exterior? Confira análise do Reginaldo Nogueira, diretor-geral do Ibmec SP e Brasília

A abertura comercial é a agenda mais simples do ponto de vista legal. Não envolve Proposta de Emenda à Constituição (PEC), por exemplo. Envolve medidas infraconstitucionais que, em geral, são relativamente simples. Porém, do ponto de vista político, é uma das mais complexas de serem aprovadas. Por isso, uma das mais postergadas.

Vemos avanços pontuais, mas é uma pauta esquecida porque precisa de muito diálogo com associações industriais, comerciais, e de classe, além de esclarecimentos a deputados e senadores. No caso do Brasil, há um componente ideológico que demoniza a abertura e o livre comércio.

Do ponto de vista prático, acho que um problema que o país teve foi seguir para a agenda da Organização Mundial do Comércio (OMC) com os grandes acordos comerciais. É o sonho da burocracia e o pesadelo do livre comércio. Acredito que a abertura unilateral seria uma solução objetiva que a gente poderia fazer. Deveria pelo menos tentar reduzir algumas cláusulas do Mercosul e avançar em acordos individuais ao redor do mundo. Mas isso não vai acontecer.

Porque do ponto de vista unilateral, a pressão política vai ser tão grande que eu acho pouco provável que a gente consiga. Embora fosse uma boa maneira para tentar destravar o acordo com a União Europeia e alguns outros países: “Vou fazer minha parte, vou abrir mão de algumas tarifas que estão no acordo, de maneira unilateral, como demonstração de boa-fé para que o acordo seja implementado”.

Mas é preciso ter muita segurança política para lidar com as críticas, e isso também vai consumir capital político.

Confira a reportagem na íntegra no jornal: clique aqui.

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