Na semana dos professores, o Ibmec BH celebra o trabalho dos docentes, que tanto se dedicam e se esforçam para o compartilhamento do saber e para a formação dos profissionais que farão a diferença nos desafios do mercado do futuro.
Para que você conheça um pouco da trajetória de vida dos nossos professores, trazemos aqui a história de dois deles. Um lecionou para a primeira turma de administração da unidade de BH e o outro entrou no 2º semestre de 2022. Eles são de áreas de atuação e conhecimento distintas, mas com uma característica em comum: a dedicação pelo ensino.
“Minha vida profissional foi dedicada à docência”
Luciana Grandi Von Sperling é professora de Liderança Contemporânea e Gestão de Talentos dos cursos de administração e engenharias do Ibmec BH. Em um primeiro momento da vida profissional ela atuou na área financeira, porém, ao passar do tempo, percebeu que gostava da gestão de pessoas, de estar envolvida no engajamento e no desenvolvimento das competências dos colaboradores das empresas. Foi aí que ela cursou um mestrado em administração com ênfase em organizações e recursos humanos e passou a lecionar. No Ibmec, ela leciona há 21 anos e foi professora da primeira turma de administração.
Com uma filha de 14 anos que é autista, Luciana se dedica à sala de aula e à filha. Abaixo, ela conta um pouco sobre a importância da educação, sua trajetória de vida e as lutas que enfrenta.
Como foi sua trajetória profissional até chegar na docência?
Sou formada em economia e me formei em uma época de recessão econômica, então tive que fazer estágio muito cedo para pagar a faculdade. À princípio trabalhei na área financeira. Fiz estágios na Secretaria de Planejamento do Estado e na Caixa Econômica Federal. Quando me formei fui trabalhar em uma grande corretora de valores e atuei diretamente no mercado financeiro. Cheguei a operar na bolsa de valores por alguns meses e aí comecei a perceber que eu não gostava dessa área. Eu gosto de gente, de estar envolvida em discussões sobre pessoas e relações interpessoais.
A partir daí apareceu a oportunidade de trabalhar com pesquisa na UFMG. Trabalhei no núcleo de relações de trabalho e tecnologias de gestão, desenvolvendo pesquisas voltadas para a área de recursos humanos. A partir daí tive meu primeiro contato com administração e gestão de pessoas, e comecei a perceber que era uma área que eu gostava muito. Minha coordenadora de pesquisa me estimulou a ir para a área acadêmica. Meu mestrado é em administração, com especialização em organizações e recursos humanos.
Como entrou no Ibmec? Tem como contar sobre as atividades já esteve envolvida?
Entrei no Ibmec em 2001, quando abriu o curso de administração. Uma colega minha do mestrado me convidou para lecionar no curso matérias relacionadas a gestão de pessoas.
Eu criei o Núcleo de Negociações em 2017. Em algum momento se percebeu a necessidade de se discutir a negociação em sala de aula, visto que administradores precisam negociar. Quando comecei a lecionar a disciplina percebi que havia a necessidade de treinar práticas de negociação, já que em sala de aula temos tão pouco tempo para discutir de forma aprofundada. No meio do 1º semestre de 2017, fundei o núcleo de negociações com alguns alunos que tinha na época e a partir daí comecei a criar uma estrutura de como seriam as práticas e discussões. Tenho muito orgulho, pois é um núcleo que está bem estruturado e costumamos ter 40 membros todo semestre. É um núcleo que ajuda tanto no entendimento das técnicas de negociação quanto no desenvolvimento das habilidades do negociador.
Além disso, durante dois anos fui Tutora do Octógono, sociedade de debates do Ibmec. Quando assumi, consegui estruturar o núcleo e criar uma pequena diretoria que conseguiu articular melhor as dinâmicas e as práticas. Havia uma relação muito boa entre o Octógono com o núcleo de debates da UFMG, em que eles tinham debates de altíssimo nível. Nessa época conseguimos trazer para o Ibmec um encontro nacional de debates.
Como você percebe a importância da educação na sociedade?
Tem aquela frase “A Educação forma homens e homens transformam o mundo”. Acredito plenamente nisso, pois não existe uma sociedade com discernimento sem uma educação de qualidade. A educação é importante para que as pessoas possam sair de uma postura de expectadores, tenham visão crítica e iniciativa, tenham boas ideias e lutem pelos seus ideais.
E sobre a Luciana além da vida profissional?
Fiz mestrado, me casei e passei a lecionar. Depois de um tempo de casada, tive uma filha que aos dois anos de idade foi diagnosticada com o Transtorno do Espectro Autista – TEA. Eu tinha alguns planos na minha vida profissional, em que eu tive que adaptar no contexto de ter uma filha especial. Eu optei pela docência, pois é minha paixão e me dá a possibilidade de flexibilização de horários que eu precisava em relação à minha filha. Quando eu descobri que ela era autista, foi em uma época que não se falava sobre o assunto. Tiveram momentos que pensei em abrir mão da minha profissão, pois minha filha precisava de muito estímulo e o tratamento requer isso.
Luciana com a filha, Ana Laura, de 14 anos
Eu gosto muito de ler e de estudar. Sou muito autodidata. Também sou adepta a ter momentos de lazer junto à natureza. Sempre que possível, eu, meu marido e minha filha passamos um final de semana em algum lugar bem tranquilo, um momento só nosso.
Dedicação ao Direito
Antonio de Padova é professor recém-contratado do curso de Direito do Ibmec BH e há mais de 30 anos é Procurador. Ele começou sua trajetória acadêmica em Governador Valadares e em Belo Horizonte teve a oportunidade de cursar mestrado e doutorado. A partir daí não parou de lecionar e preza bastante pela contribuição da academia para as decisões da Justiça.
Antonio conta sobre sua trajetória profissional, as mudanças na área do Direito e faz um paralelo entre a academia e as decisões judiciais.
Me conte sobre a sua trajetória profissional?
Me formei em Direito pela UFMG. Na época eu trabalhava como bancário e decidi seguir a carreira jurídica. Fui aprovado no concurso do Ministério Público em 1988 e quando fui alocado para o interior, tive a oportunidade lecionar em Governador Valadares, região também que atuei como Procurador de Justiça. Quando cheguei em Belo Horizonte tive a oportunidade de cursar Mestrado e Doutorado. A partir daí não parei mais.
Qual a importância da educação para o Direito?
A academia nos permite corrigir situações que como Procurador de Justiça na área criminal há uma resistência e, criar uma visão mais ampla da situação. A academia amplia os olhares.
A respeito da carreira no Direito, na minha época de estudante as facilidades para quem tinha curso superior eram muito maiores, era sinônimo de emprego garantido. O campo da advocacia tinha sempre um mercado muito atraente e tranquilo no final dos anos 1980. Os próprios concursos públicos tinham menos concorrentes. Hoje em dia o mercado tem sido mais exigente. Cada momento tem um desafio diferente.
Para mim, a educação é o principal caminho para que o individuo possa se tornar independente financeiramente, exercer as habilidades de forma mais eficiente e contribuir para a sociedade. É sempre gratificante ver ex-alunos que se tornam colegas de trabalho, tanto no Ministério Público quanto na docência.
Você está entrando no Ibmec neste semestre. Quais as suas expectativas em lecionar na instituição?
Fiquei muito honrado com o convite. Sempre percebi o Direito no Ibmec como um curso bem avançado, que procura traçar estratégias para facilitar o ensino e a entrada no mercado para os alunos. Me impressiona os bons rendimentos nas avaliações e a estrutura que o professor tem. Estou muito animado e irei aprender muitas ferramentas, já que os professores sempre estão em constante aprendizado.
E sobre sua vida além do profissional?
Sou casado, tenho dois filhos. Um deles está cursando Direito e minha filha cursa Medicina. Sempre busco incentivar meus filhos para a vida acadêmica e tento passar a eles sobre a importância de se aprimorar sempre no mercado. Sou muito leal à minha função de procurador e tenho muita dedicação ao trabalho. Quanto mais você se prepara para lecionar, mais você está se tornando um promotor de justiça melhor. Eu tenho muita satisfação no que eu faço, seja como procurador ou como docente.
Além da Luciana e do Antonio, parabenizamos a todos os professores pela dedicação e tempo empenhados para a construção do futuro.