A recente disparada que aproximou a inflação dos 10% no acumulado dos 12 meses encerrados em agosto deve seguir como pesadelo das famílias nos próximos meses e encarecer os planos para o verão dos brasileiros.
A percepção de economistas consultados pelo R7 leva em conta os recentes saltos nos preços dos combustíveis e das contas de luz, que têm potencial para “contaminar” toda cadeia de bens e serviços nos próximos meses.
Renato Veloni, professor de macroeconomia no Ibmec SP, avalia que a inflação atual tem potencial para gerar um efeito “bola de neve” e elevar os preços dos demais setores da economia.
“Não há como esperar que a situação vá mudar muito. A inflação tende a continuar em alta e deve começar a subir em ritmo um pouco menor apenas nos próximos três ou seis meses”, afirma Veloni, que destaca o prazo até março é aquele necessário para que a elevação das taxas de juros tenha um reflexo efetivo nos preços finais.
A alta disseminada da inflação já foi observada na última divulgação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que apontou para o encarecimento de 71,9% dos produtos presentes na cesta de consumo dos brasileiros em agosto. O fato resultou na maior inflação para o mês dos últimos 21 anos (0,87%).
No período compreendidos entre setembro de 2020 e agosto de 2021, o índice oficial de preços acumula alta de 9,68%, valor acima do dobro da meta estabelecida em 3,75% pelo governo para a inflação deste ano.
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