A importância da visibilidade da mulher no mercado de Tecnologia

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É quase incontestável o estereótipo masculino atribuído às profissões vinculadas à computação. Encontrar a presença de mulheres em TI – área da tecnologia da informação – é difícil, mas tem sido cada vez mais comum. No entanto, a proporção de mulheres no mercado em relação àquelas que se interessam ou podem vir se interessar pelo campo ainda é bem aquém. Isso nos leva a pensar sobre a importância de simplesmente falar sobre o assunto. Há diversos fatores favoráveis à inserção de mulheres neste mercado em franca expansão. Quer conhecê-los? Vamos mostrar porque as mulheres são muito bem-vindas aos estudos tecnológicos.

Mulheres são maioria e isto é um fato!

As mulheres já são maioria nas universidades brasileiras, mas a pequena estada delas no mercado de tecnologia é um reflexo comportamental. A postura de organizações e empresas, e nas salas de aulas de formação profissional, ainda reproduzem a lógica masculina desta área. Por outro lado, embora as mulheres sigam em desvantagem no mercado de trabalho de TI, o momento é de otimismo. Historicamente, nunca houve um movimento mundial tão significativo de estímulo à inclusão delas nesse campo. Talvez seja um momento importante que pode promover a virada desse cenário nos próximos anos.

Para além das questões que tangem o discurso da diversidade por si só. O panorama dos avanços da tecnologia coloca em evidência um déficit mundial de profissionais de computação no mundo. E os números discutidos são preocupantes: até 2025 teremos um déficit de 500 a 800 mil talentos do TI no Brasil (Relatório  Brasscom – Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais). No mundo a perspectiva não é diferente e segue a mesma tendência. Até 2030 mais de 85 milhões de postos de trabalho na área de TI não serão preenchidos por falta de profissionais qualificados( Korn Ferry report, 2022).

Com a velocidade do surgimento de novas tecnologias a única certeza que podemos ter é sobre o futuro incerto da nossa sociedade. Certamente vamos quebrar paradigmas em uma velocidade cada vez maior e mesmo as demais profissões serão impactadas. Estimativas mostram percentual alto de extinção de profissões e nem mesmo as atuais permanecerão sob os mesmos alicerces.

Sociedade e tecnologia: o que se prevê para o futuro?

Se a tecnologia vai ditar o caminho da sociedade moderna/futura, a capacidade de transitar nesse universo de incerteza vai exigir profissionais preparados para essa realidade. E aqui não falamos de técnicos que dominem ferramentas tecnológicas. Afinal, elas mudam muito rapidamente, são criadas e aprimoradas em um velocidade que desafia a capacidade humana. Será cada vez mais preciso cientistas que dominem a compreensão sobre necessidade. Isto é, será preciso quem pense na criação de tecnologias cada vez mais personalizadas, os porquês disso. O poder da inteligência artificial, vai potencializar o poder do conhecimento, permitindo um mundo mais criativo e ágil. 

No Brasil, temos um número maior de mulheres nos cursos de graduação, e representam apenas 13,3% dos alunos de Computação e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Elas também são 21,6% dos cursos de engenharia e profissões correlatas, segundo o IBGE. Pouco diante da sua maioria na população geral e também na população das instituições de ensino. Portanto, com incentivos corretos podemos nos surpreender com um crescimento real da participação feminina nesse mercado nos próximos anos.

Trazer mais mulheres para as áreas de Tecnologia (matemática, ciências, computação e engenharias) é um caminho importante para um Brasil. Trata-se de uma conjuntura que torna o país economicamente representativo no cenário mundial.

Igualdade de gênero é um compromisso coletivo

Infelizmente, historicamente, as mulheres têm sido sub-representadas no campo da tecnologia. Em muitos casos, as mulheres são vistas como menos capazes ou menos interessadas em carreiras tecnológi6]5cas do que os homens. Isso pode ser devido a uma série de fatores, incluindo preconceitos de gênero e estereótipos culturais.

No entanto, existe um interesse real das mulheres por essas carreiras, mas infelizmente, existe pouco incentivo para isso. Muitas empresas estão trabalhando para promover a diversidade e inclusão em seus locais de trabalho. Existem várias organizações que visam apoiar e empoderar mulheres na tecnologia, como Girls Who Code, Women Who Code e AnitaB.org.

Grande parte desse movimento é reflexo daquelas que já desbravaram este caminho. Há muitas mulheres líderes inspiradoras no setor de tecnologia que estão lutando contra a desigualdade de gênero e promovendo a diversidade em suas empresas. À medida que mais mulheres continuam a se envolver no mercado de tecnologia, esperamos ver mudanças positivas em relação à igualdade de gênero no setor.

Promover condições igualitárias é uma responsabilidade que precisa ir além das iniciativas de organizações não governamentais que olham para minorias. Tal conduta deve ser pensada por todas as organizações e pela sociedade como um todo. Afinal, toda sociedade é beneficiada com esse movimento de valorização das mulheres em TI.

Começando do começo

Para desenvolver esses talentos femininos precisamos despertar o interesse pela área. Esse é o caráter mais básico de toda esta transformação que pretendemos.  Porque vai além de dar oportunidade para ingressar no mundo da tecnologia, antes disso é preciso desmistificar essa correlação com gênero que cerca as profissões Tech.

O caminho parece evidente, cabe à sociedade dar espaço de fala e visibilidade para a participação feminina. A identificação é a via que fará com que talentos femininos enxerguem seus pares em papéis diferentes. Assim se cria um pensamento inconsciente de que o caminho já trilhado por outras mulheres é possível.

Portanto, é um compromisso social destacar a representatividade das mulheres na área de tecnologia. É um pacto para não desperdiçar talentos que podem certamente contribuir de forma significativa no desenvolvimento do país. Vamos precisar contar com as mulheres para construir um Brasil melhor. Não só melhor, como preparado para os avanços tecnológicos inevitáveis da realidade contemporânea.

Angela Batista Reis – Coordenadora Acadêmica dos cursos de Engenharia de Produção, IA e Ciência de Dados, e Engenharia da Computação, Ibmec- SP – Campus Faria Lima

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