Ventos de mudança: o aumento de energia solar e eólica e os reflexos no mercado de energia

COMPARTILHAR
Tempo estimado de leitura: 6 minutos

Com a crise climática sendo uma emergência, repensar nossas fontes de energia é ação necessária, logo, o aumento de energia solar e eólica têm se destacado. Nos últimos anos, tem sido observada uma significativa redução na produção de energia por hidrelétricas em diversos países. Esse cenário é muito importante para o Brasil porque nossa maior matriz energética vem das águas. Paralelamente, outras fontes de energia têm experimentado um crescimento notável. Esse fenômeno reflete uma mudança fundamental na matriz energética global, impulsionada pela busca por alternativas mais sustentáveis e econômicas. À medida que investimentos são direcionados para fontes como energia solar, eólica, as hidrelétricas, historicamente dominantes, estão perdendo participação no mercado energético. Essa transição é acompanhada por um aumento expressivo na capacidade de geração de energia devido ao avanço tecnológico. Vamos entender como o mercado vem se transformando e perceber onde isso impacta nosso cotidiano.

Mudanças na fonte: o aumento de energia solar e eólica

Nas últimas quatro décadas, a matriz elétrica do Brasil testemunhou uma queda na participação das hidrelétricas. Uma redução de 90% para 53%, com estimativas sugerindo uma redução para 42% em sete anos. Isso se deve à migração de investimentos para fontes de energia mais baratas, como eólica e solar.

O aumento significativo na capacidade de geração de energia limpa em 2023 reflete um forte impulso global em direção a fontes de energia mais sustentáveis e ambientalmente amigáveis. Com a adição de 510 gigawatts (GW) de capacidade, o mundo está dando passos concretos em direção a uma matriz energética mais diversificada e resiliente. A predominância da energia solar fotovoltaica nesse crescimento evidencia o papel central que essa tecnologia desempenha na transição energética, beneficiando-se de avanços tecnológicos, redução de custos e políticas de incentivo em muitas partes do mundo. Esses números não apenas indicam um aumento na capacidade de geração de energia limpa, mas também demonstram um compromisso global renovado com a redução das emissões de carbono e a mitigação das mudanças climáticas.

O aumento projetado nos investimentos em energia limpa nos próximos anos representa um impulso significativo para a transição energética global. Há uma previsão de crescimento de US$ 640 bilhões em 2023 para US$ 800 bilhões em 2024, atingindo a marca de US$ 1 trilhão até 2030. Isso torna evidente o crescente interesse e comprometimento com fontes de energia renovável. A alocação de 55% desses investimentos para energia solar destaca o contínuo crescimento e potencial dessa tecnologia para fornecer uma fonte estável e escalável de eletricidade limpa. Esses números não apenas impulsionam a expansão da capacidade de geração de energia renovável, mas também têm o potencial de estimular a inovação e o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes e acessíveis.

Predominância histórica das hidrelétricas no Brasil

O Brasil possui sua principal fonte de energia vinda das hidrelétricas devido a uma combinação de fatores geográficos, econômicos e históricos. Primeiramente, o país possui uma abundância de recursos hídricos, com numerosos rios e bacias hidrográficas. Essa realidade cria um potencial significativo para a geração de energia hidrelétrica. Além disso, as características geográficas do Brasil, como suas cadeias montanhosas e áreas propícias para a construção de grandes barragens. Essas barragens facilitam a implementação de projetos hidrelétricos em grande escala.

Economicamente, a energia hidrelétrica tem sido historicamente mais acessível e competitiva em comparação com outras fontes de energia. Principalmente quando falamos em térmicas ou nucleares, devido aos baixos custos de operação e manutenção. Bem como à ausência de custos de combustível associados. E não só isso, como também a urgente necessidade de redução da queima de combustíveis. Portanto, isso tornou as hidrelétricas uma escolha atraente para o Brasil, especialmente em um contexto de desenvolvimento industrial e crescimento econômico. O que aconteceu principalmente no período desenvolvimentista da Ditadura Militar.

Logo, a predominância das hidrelétricas como principal fonte de energia no Brasil é resultado da combinação de fatores. Recursos hídricos abundantes, características geográficas favoráveis, vantagens econômicas e uma longa tradição na construção e operação de projetos hidrelétricos em larga escala.

Avanços tecnológicos e popularização da produção

O aumento de energia solar e eólica dos últimos anos está ligado ao avanço tecnológico. Bem como com a popularização dos instrumentos de captação e produção de energia nesses setores. Você já deve ter reparado no aumento de placas solares em residências comuns em bairros brasileiros. E também em prédios das grandes cidades.

A energia solar e eólica têm se destacado como opções atrativas devido a uma série de fatores. Primeiramente, o avanço tecnológico na fabricação de painéis solares e turbinas eólicas tem permitido uma maior eficiência na captação e conversão de energia. Com o desenvolvimento de novos materiais e técnicas de produção, os custos de instalação e manutenção desses sistemas têm diminuído significativamente, tornando-os mais acessíveis para consumidores residenciais, empresas e governos.

Além disso, a conscientização sobre os impactos ambientais das fontes tradicionais de energia, como o carvão e o petróleo, tem levado a uma crescente demanda por fontes de energia limpa e renovável. A energia solar e eólica se destacam nesse aspecto, pois são fontes de energia renováveis e não emitem poluentes atmosféricos durante a geração de eletricidade. Dessa forma, ela contribui para a redução das emissões de carbono e para a mitigação das mudanças climáticas.

A popularização dos instrumentos de captação e produção de energia solar e eólica também está relacionada a políticas governamentais favoráveis. Atualmente, o setor já consegue incentivos fiscais, subsídios e metas de energia renovável. Em muitos países, governos têm implementado políticas de incentivo à energia limpa, estimulando investimentos e o crescimento do setor.

Essas tendências têm promovido não apenas a transição para uma matriz energética mais limpa e sustentável, mas também o desenvolvimento econômico e social em escala global. Nos próximos cinco anos, espera-se que a capacidade de geração de energia limpa exceda a produção acumulada desde a inauguração da primeira usina hidrelétrica comercial, marcando um marco significativo na transição energética global.

Para acompanhar mais sobre a expansão e aumento de energia solar e eólica em nosso país, e as perspectivas deste mercado, fique atento aos artigos do nosso Blog. Aqui você encontra importantes especialistas abordando o tema.   

CADASTRE-SE PARA RECEBER INFORMAÇÕES SOBRE NOSSOS CURSOS

Informe o seu nome completo
Informe um número de celular válido
Li e concordo com a política de privacidade, bem como com o tratamento dos meus dados para fins de prospecção de serviços educacionais prestados pelo IBMEC e demais instituições de ensino do mesmo Grupo Econômico
Preencha todos os campos obrigatórios