Confira o artigo sobre a internacionalização da Amazônia.
Parece até Déjà vu. A história da internacionalização ressurge a cada biênio. Não dá para negar o valor estratégico, ecológico e econômico da Amazônia. Toda vez a extrema direita e esquerda levantam o imaginário coletivo com acusações de sabotagem, espionagem, pirataria e imperialismo estrangeiro. Mas essas acusações são arma política e de mobilização interna. Lá fora é mais visto como bravata do que outra coisa.
Bolsonaro construiu uma tempestade perfeita com seus discursos. Mas ainda aumentou a confusão, hora com ações, hora com omissões. A natureza não ajuda. Existem fatos que a esmagadora maioria das pessoas reconheceria, especialmente, por terem respaldo em estudos sérios e acompanhamento com uso de alta tecnologia.
O Brasil está queimando, literalmente. Mas não há dúvida que os incêndios são maiores no Continente Africano. Por que essas informações não servem em nossa defesa? Ora, o próprio Presidente disse muitas vezes que a ciência é falsa.
A imagem do país não está nada boa. Boa parte do mundo passou a duvidar do Brasil. Já na época da eleição o projeto de governo de Bolsonaro dizia que não honraria o Protocolo de Paris, que não descarbonizaria a economia, que não asseguraria as unidades de preservação, que não garantiria as demarcações indígenas e quilombolas, e também que consolidaria o licenciamento ambiental.
Neste ano, por meses seguidos, relatos e fotos de satélite mostram um rápido aumento do desmatamento. Fotos mostraram, por meses, as madeiras largadas ao sol para secar. Ele prometeu implementar mais severamente as leis e combater a corrupção. E agora? Desculpa infratores, protege os corruptos, interfere na polícia e em outros órgãos. Bolsonaro foi cobrado das promessas. Foi pego na mentira e ficou bravo. Foi pego em acordos secretos para beneficiar empresas ligadas a políticos americanos em grandes projetos na região amazônica. Parece que virá mais degradação.
Bolsonaro não parece estar informado e nem preparado para lidar com a magnitude da “onda verde” que produziu significativa mudança no quadro político europeu e pode também ter efeitos nas eleições dos EUA em 2020.
Eleitores e consumidores têm cobrado ações de consciência ambiental.
Vladimir Feijó, mestre em Direito Público e Professor dos cursos de Direito e Relações Internacionais.
Crédito: Jornal O Tempo