A vitória de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para a presidência do Senado é vista com bons olhos pelo Governo Federal e, principalmente, pelo ministro da economia, Paulo Guedes. Na visão do chefe econômico, a entrada de Pacheco no comando do Congresso Nacional é uma oportunidade para destravar pautas governistas, como a aprovação da PEC Emergencial .
No entanto, o novo presidente da Casa se opôs ao Palácio do Planalto em alguns temas, como a revisão do Teto de Gastos e a prorrogação do Auxílio Emergencial . Essa disputa, aponta especialistas, pode provocar desgastes logo no primeiro ano de mandado.
“Primeiro desafio é pensar se ele vai tratar o orçamento ou o auxílio emergencial. Está correndo essa proposta nas duas casas e será fundamental para a população. No entanto, ele sabe que está chegando no limite do Teto de Gastos”, afirma o professor dos cursos de Relações Internacionais e Direito no Ibmec SP, Marcelo Suano.
A aprovação da divisão de orçamento de 2021 será um dos primeiros desafios de Pacheco à frente do Congresso. A votação, não realizada no ano passado em decorrência da pandemia de Covid-19 , deve ser prioridade para evitar um colapso nas contas públicas e falta de pagamento de salários de servidores federais. Fora isso, a Lei Orçamentária Anual (LOA) também prevê a divisão de emendas parlamentares, o “brilho nos olhos” dos congressistas, pois há promessas para valores extras aos eleitores do senador.
Suano lembra que neste primeiro momento, não deve haver traições entre o senador e o Governo Federal, mas a relação vai depender de negociações, inclusive de cargos.
“Ele vai seguir pautas governistas. No entanto, Paulo Guedes pode sofrer uma pancada a depender das negociações com o Governo Federal, inclusive de cargos”, alerta.
Embora o Governo Federal seja contra a retomada de pagamentos do auxílio emergencial, Pacheco já se declarou ser a favor do pagamento de mais parcelas do benefício, mas lembrou ser necessário o cuidado com o Teto de Gastos.
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