Nessa edição do Papo de Carreiras a analista Alinne Ovelar teve o privilégio de conversar com a Bruna Brum, graduada em engenharia de produção pela Universidade Federal Fluminense (UFF), trilhou uma trajetória que combina sua afinidade com exatas e espírito empreendedor, com passagens por multinacionais, startups e experiência no exterior. Após uma pausa sabática dedicada ao voluntariado em uma ONG de saúde e bem-estar, lançou seu próprio negócio de bem-estar. Atualmente aluna do MBA em ESG no IBMEC, direciona seu foco para programas corporativos de bem-estar social, convencida dos benefícios que a saúde mental e física podem trazer tanto para indivíduos quanto para organizações.
Carreiras: Bruna, nos conte um pouquinho como você desenvolveu sua trajetória profissional:
Sou engenheira de produção, formada na Universidade Federal Fluminense (UFF), escolha influenciada tanto pela minha afinidade com exatas quanto pela orientação familiar. Desde jovem, demonstrei aptidão para solucionar problemas e espírito empreendedor. Recordo-me de criar acessórios com missangas e vendê-los aos amigos e, na faculdade, vendi cupcakes. O programa Ciências Sem Fronteiras na Alemanha despertou minha consciência ambiental e social, ampliando minha perspectiva sobre nosso estilo de vida. Minha jornada inclui passagens por multinacionais, startups e empresas de tecnologia. Em 2018, após desafios no emprego anterior e uma necessidade de desenvolver minha inteligência emocional, dei uma guinada e dediquei um ano sabático ao voluntariado em uma ONG de saúde e bem-estar. Essa experiência culminou na fundação do meu próprio negócio de yoga e bem-estar. Liderei sessões em organizações como SEBRAE e Banco Central, bem como em instituições de ensino, incluindo o IBMEC e a UNB. Atualmente, sou aluna do MBA em ESG no IBMEC, consultora e palestrante de bem-estar social.
Em meio a essas experiências, como descobriu a área de ESG?
Durante minha estadia na Europa, onde a temática ESG ganha relevância, comecei a me interessar por esse campo. Meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) abordou a sustentabilidade, inicialmente com foco ambiental. Hoje, meu enfoque se expandiu e lido bastante com o pilar social. ESG, na realidade, é um conjunto interconectado.
Como a pós-graduação tem complementado sua visão sobre o assunto?
Uma grande questão que percebo pelas empresas é considerar cada âmbito do ESG como algo a parte separado do todo, porém é como um membro que anda em conjunto. A pós-graduação enriqueceu minha perspectiva, promovendo uma visão sistêmica e de gestão dos pilares do ESG. O IBMEC proporciona uma compreensão empresarial que catalisa meu negócio além do âmbito do yoga.
Além de suas atividades no estúdio e na ONG, você também atua como palestrante e como propagadora de temas voltados para o desenvolvimento da saúde mental. Dentro de sua experiência, por que é importante os colaboradores e as empresas investirem em ações que foquem nesse bem-estar?
Atualmente, meu foco reside nos programas de bem-estar no ambiente corporativo. A qualidade de vida está intrinsecamente ligada à saúde mental, evidenciada pelo nosso comportamento em dias bons e ruins, independentemente das circunstâncias externas. Isso impacta produtividade, absenteísmo, burnout e saúde geral. O bem-estar fortalece os laços internos da empresa, gerando uma equipe produtiva, coesa e satisfeita.
Quais desafios ainda impedem as empresas investirem mais em ações para colaborar com o bem-estar mental e físico de seus colaboradores, em sua opinião?
O entendimento de que tal investimento afeta diretamente o resultado financeiro ainda é um desafio para as empresas. Queda na produtividade, rotatividade, afastamentos e, em casos extremos, perda de vidas de colaboradores são consequências dispendiosas. De acordo com pesquisa da empresa americana Work Institute, a contratação de um substituto custa cerca de 33,3% do salário anual de um colaborador desligado. Isso é particularmente relevante considerando o preocupante índice médio de rotatividade organizacional de 3,8% ao mês no Brasil (segundo estudos de Robert Half).
Como você se mantem atualizada sobre essa área que apesar de ser pauta a muito tempo, está sendo valorizada nos últimos anos?
Minha abordagem fundamental para me manter atualizada é aplicar em minha própria vida o que ensino. Isso mantém minha conexão com o conhecimento prático. Além disso, busco participar de cursos, acompanhar pesquisas e notícias relevantes e continuar meu aprendizado. O MBA tem sido essencial para explorar novos horizontes e aprimorar a estratégia do meu negócio.
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