Para 2024, a inteligência artificial (IA) nas empresas chega como um fator crucial que redefine a maneira como as organizações operam e prosperam. Durante este ano que chega ao fim muito se falou sobre a incorporação da IA no cotidiano. No entanto, o que vinha se colocando apenas como mera apresentação de ferramentas, hoje é uma realidade prática. Principalmente quando se pensa nos negócios. A rápida evolução dessa tecnologia oferece oportunidades sem precedentes para impulsionar a eficiência operacional. Ela chega para aprimorar a tomada de decisões estratégicas e criar experiências personalizadas para os clientes. A automação inteligente, a análise de dados em larga escala e a capacidade de resolver problemas complexos tornam a IA um diferencial de competitividade. Pedro Ramos é professor de Direito e Tecnologia no Ibmec/SP e sócio das áreas de Mídia, Tecnologia e Proteção de Dados do b/luz. Professor responsável pelo Gtech, grupo de estudos em direito e tecnologia do Ibmec SP, ele nos fala o que vem por aí.
Desafio empresarial para 2024: aprendizado e aplicação em IA
À medida que a tecnologia continua a evoluir, torna-se imperativo que as organizações estejam atentas às oportunidades e desafios que a IA apresenta. A IA tem o potencial de otimizar processos operacionais, automatizando tarefas rotineiras e repetitivas. Isso permite que os funcionários se concentrem em atividades mais estratégicas e criativas, aumentando a eficiência geral da organização. Além disso, sistemas de IA podem analisar grandes volumes de dados em tempo real. Esses dados podem proporcionar insights valiosos para apoiar decisões empresariais mais informadas. Isso reduz a dependência de intuições individuais e contribui para uma tomada de decisão mais assertiva.
Para Pedro Ramos, o uso de ferramentas de IA generativa no dia-a-dia deve expandir-se, com um foco maior no retorno do investimento. Este cenário é muito positivo, mas claramente acende alertas importantes sobre ética, segurança e formação operacional.
“A questão do letramento digital é a mais importante para as empresas hoje em dia. Neste semestre, o Gtech – grupo de estudos de direito e tecnologia do Ibmec SP – conduziu uma pesquisa com base nos resultados de um grupo focal com profissionais de RH. E essa questão foi, de longe, a mais prevalente entre esses profissionais”. Expõe o especialista em tecnologia e inovação.
A pesquisa citada por Pedro demonstrou que a adoção de ferramentas de IA requer um novo tipo de capacitação. É um processo de aprendizagem que transcende a mera curiosidade ou familiaridade com as ferramentas. Este “letramento em IA” implica não apenas compreender como operar as ferramentas de IAG. Ele também envolve uma conscientização sobre suas implicações legais, sociais e profissionais.
No contexto corporativo, é necessário capacitar colaboradores e colaboradoras a se engajarem de maneira crítica e responsável. O uso dessas novas tecnologias deve estar alinhado com os valores corporativos e regras de conformidade.
Compromisso para além da inovação
Portanto, além de apontar caminhos inovadores onde as IAs podem estar presentes em 2024, é essencial alertar sobre como encarar essa realidade. Afinal, já entendemos que elas estarão em todos os lugares, cada vez mais presentes e funcionais. E claro, também inesperadamente cada vez mais inovadoras. Entretanto, precisamos, enquanto sociedade, estar preparados para sua aplicação.
Nesse sentido, o crescimento exponencial do uso da inteligência artificial (IA) nas empresas traz consigo a necessidade urgente de uma abordagem responsável e ética. O tema da responsabilidade no emprego da IA está destinado a ganhar destaque, exigindo que as organizações não apenas otimizem a eficiência técnica de seus sistemas, mas também incorporem práticas de governança e conformidade digital.
É urgente transcender a perspectiva puramente técnica e considerar os impactos sociais e individuais decorrentes do uso da IA. A inteligência artificial não é um fim em si mesma, mas um meio para aprimorar a qualidade de vida das pessoas. Isso demanda ação contínua e proativa em todas as fases do desenvolvimento e implementação da tecnologia. De forma a assegurar a conformidade com as obrigações legais e, mais crucialmente, cumprindo responsabilidades éticas para com a sociedade.
“O tema da responsabilidade no uso de IA também deve crescer bastante, e as empresas devem começar a trabalhar em seus processos de governança e conformidade digital. Essas práticas devem ir além da mera eficiência técnica dos sistemas de IA e levar em consideração seus impactos sociais e nos indivíduos afetados.” Afirma Pedro Ramos e apresenta o Gtech, uma iniciativa do Ibmec que vem elaborando ações que equilibram a inovação o seu uso responsável.
10 recomendações pŕaticas sobre usa da IA nas empresas
Nos últimos meses deste ano, os alunos do Gtech dedicaram-se à investigação sobre como as empresas podem aprimorar a orientação de seus colaboradores no uso responsável de ferramentas de Inteligência Artificial Generativa (IAG). Ao conduzirem pesquisas aprofundadas e engajarem-se em discussões significativas com um grupo focal composto por profissionais de recursos humanos, o grupo sintetizou suas descobertas em um guia prático. Este guia oferece às empresas dez recomendações valiosas para estabelecer políticas eficazes no ambiente de trabalho. Ele promove o uso ético e responsável das tecnologias de IAG.
1. Encare IAG como uma ferramenta de produtividade, e não de substituição de pessoas;
2. Fortaleça o accountability no uso de ferramentas de lAG;
3. Tenha cuidado com a segurança da informação no uso de ferramentas de lAG;
4. Estabeleça diretrizes sobre uso de dados de entrada para ferramentas de lAG;
5. Não utilize conteúdos finais gerados por IAG quando a proteção autoral for crucial;
6. Proteja-se de plágio e violações de direitos de terceiros em conteúdos gerados por lAG;
7. Confira as bases de dados utilizadas pelas ferramentas de IAG sempre revise e verifique as informações geradas por IAG, por meio de métodos diferentes;
9. Reflita sobre eventuais vieses nos dados de saída de ferramentas de IAG;
10. Adote a transparência como princípio fundamental do uso da IAG no ambiente de trabalho.
IA nas empresas: o caminho de uma longa e inovadora jornada
Ao encarar o IA como uma ferramenta de produtividade e fortalecer a accountability em seu uso, as empresas podem alavancar a inovação de maneira ética. A atenção à segurança da informação, o estabelecimento de diretrizes claras sobre dados de entrada e a reflexão sobre possíveis vieses nos resultados são passos cruciais para reduzir os riscos. Para aqueles que desejam implementar essas práticas e aprimorar seus conhecimentos sobre o tema, o Ibmec oferece cursos, formações e conteúdos informativos. Procure nas redes ou no nosso blog, fornecemos informações de especialistas que vão orientar os investimentos em IA no ano de 2024.