O Brasil registra 11,9 milhões de desempregados, número que tem crescido semana a semana, desde o início da pandemia do coronavírus, em março deste ano, segundo levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na primeira semana de julho.
A situação tem provocado não só reflexões, como também mudanças globais no mundo do trabalho, uma das mais fáceis de identificar é a adoção do modelo home-office, que precisou ser instituído por muitas empresas para garantir a continuidade de suas operações, produtividade, bem como evitar a propagação da Covid-19.
De acordo com a Supervisora de Carreiras do Ibmec SP, Cynara Bastos, essa nova configuração gerou impactos não só nas corporações que precisaram mudar seus processos e implementar novas tecnologias para possibilitar a continuidade do trabalho, mas também para os colaboradores, que se viram diante de uma nova formatação no seu dia a dia.
“O home-office traz o desafio de você ter uma organização adequada em casa, de se concentrar no seu trabalho, de manter uma rotina para que seu cérebro perceba que aquele é o seu ambiente de trabalho, para que você estabeleça relacionamentos bons, mesmo a distância. Envolve uma liberdade absurda e ao mesmo tempo uma responsabilidade maior, e mostra que a gente está caminhando para um mundo cada vez mais interdependente, no qual cada um reconhece a sua responsabilidade, a assume e contribui”, detalha.
E a especialista vai além dessas adaptações para falar de empregabilidade, ao dizer que já se discute há algum tempo as chamadas metacompetências, um conceito que considera que o mundo vai demandar competências dos profissionais além daquelas técnicas, tradicionalmente conhecidas. E que traz a ideia de que o mundo vai ter cada vez menos emprego e cada vez mais trabalho.
“Isso quer dizer que a gente vai ter mais trabalho por projeto, do que efetivamente carteira assinada em uma organização. O que não necessariamente é ruim, uma vez que as pessoas vão poder trabalhar em diversas organizações com projetos independentes, ampliar a rede de contatos e contribuir com mais pessoas. Outro ponto é a necessidade de a gente compreender efetivamente quais são as nossas competências e habilidades, e conseguir identificar onde elas são necessárias”, explica Cynara.
Esse novo contexto traz a exigência de que os profissionais da atualidade, além de possuírem o conhecimento técnico em suas áreas, também tenham um conjunto de habilidades que os tornem protagonistas, capazes de tomar decisões que possam influenciar no negócio ou cultura da organização que atuam. “Isso requer que estejamos preparados para trabalhar com profissionais de áreas distintas, exercitando nossa capacidade de aprendizado, mantendo a cabeça aberta e ao mesmo tempo, praticando o pensamento crítico, para que eu consiga filtrar as informações e transitar bem entre as áreas”, finaliza.
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