Em pouco mais de 20 dias, os destinos políticos do republicano Donald Trump e do democrata Joe Biden estarão desenhados de maneira mais clara. Até o presente momento, a indefinição é a característica que melhor representa a corrida à Casa Branca. Nesta última semana, dois importantes fatores foram destacados pela mídia internacional: o desempenho dos candidatos no primeiro debate realizado neste pleito eleitoral e a notícia de que o atual presidente foi contaminado pela Covid-19.
Reunidos em Cleveland, no Estado de Ohio, os dois principais postulantes ao cargo presidencial dos Estados Unidos se enfrentaram de forma direta pela primeira vez. Os debates são momentos importantes no processo eleitoral, pois garantem aos candidatos a chance de apresentarem as suas propostas e as plataformas políticas aos eleitores, atraindo, sobretudo, o olhar daqueles que ainda estão indecisos ou desmotivados.
Chris Wallace, âncora da Fox News, foi o responsável pela condução do debate, que durou cerca de 90 minutos e foi marcado pela severa troca de acusações entre os dois candidatos. A experiência televisiva é um ponto favorável ao presidente Trump, que manteve a sua estratégia agressiva e pouco atenta às regras adotada nos debates de 2014, contra a candidata Hillary Clinton. Em diversos momentos, o presidente interrompeu o seu adversário, posicionando-se duramente contra os ataques a ele direcionados.
Joe Biden tentou manter uma postura mais “presidenciável”, evitando o embate direto com o seu opositor, mas ao longo do debate foi adotando uma postura mais agressiva, adjetivando, muitas vezes, o seu oponente de forma pejorativa e. inclusive. afirmando que Trump “foi o pior presidente da história dos Estados Unidos”.
Os temas escolhidos para o primeiro debate foram, naturalmente, muito polêmicos, como, por exemplo, a indicação presidencial à Suprema Corte, a questão da violência racial e a legitimidade do voto via correios. Trump se saiu bem na resposta às acusações proferidas pelo seu adversário. Defendeu o seu direito, enquanto presidente, de escolher a substituta da juíza Ginsburg, concentrou-se na apresentação de suas decisões no combate ao coronavírus, ressaltou a sua atuação na área econômica durante a crise e criticou duramente os procedimentos eleitorais por correspondência.
O representante democrata, a seu turno, mirou as polêmicas que envolvem o seu concorrente. Considerou fraca a atuação presidencial diante da crise sanitária vivida nos últimos meses e criticou o empenho do governo norte-americano na recuperação econômica do país. Biden demonstrou haver uma divisão importante dentro do seu partido, contrariando em diversos momentos a postura de seu correligionário Bernie Sanders e se destacando como sendo a figura proeminente entre os democratas.
Marcado por muitas hostilidades e pouca argumentação, o debate foi incômodo para ambas as campanhas e também para o telespectador. Ainda é difícil definir quais foram os reflexos e resultados desse embate televisivo, mas certamente não foi decisivo para nenhum dos dois lados, que ainda se encontram com uma diferença curta nas principais pesquisas eleitorais divulgadas até o momento.
O fato mais preocupante refere-se, na verdade, à constatação de que o presidente Trump e a primeira-dama Melania estão acometidos pela Covid-19. Hospitalizados no fim de semana no Centro Médico Militar Walter Reed, nas imediações da capital federal, o casal deve desacelerar a série de compromissos de campanha marcados em todo o país, o que pode ser prejudicial ao desempenho do atual presidente.
Crédito: JORNAL O TEMPO
Do debate ao vírus: os novos caminhos da disputa presidencial norte-americana
Tempo estimado de leitura: 3 minutos
CADASTRE-SE PARA RECEBER INFORMAÇÕES SOBRE NOSSOS CURSOS