Artigo elaborado pelo professor Jackson de Toni do curso MBA de Gestão em Políticas Públicas e também doutor em Ciência Política, discute os resultados de uma pesquisa realizada com servidores públicos federais para discutir a metodologia, aplicação e relevância do planejamento governamental.
A pesquisa teve o objetivo de identificar as eventuais lacunas na formação dos servidores nessa área e produzir insumos didático-pedagógicos necessários para estratégias de capacitação mais efetivas.
De acordo com o autor, a pesquisa realizada demonstrou que há uma percepção clara sobre a importância do planejamento como atividade de governo, inclusive dos fatores complexos que incentivam sua implementação ou podem bloquear seu desenvolvimento.
Jackson de Toni, explica que por outro lado, há um claro empobrecimento metodológico e conceitual com a generalização crítica de ferramentas e técnicas corporativas no ambiente governamental. Sobretudo, aparece a sensibilidade para o entendimento de que a baixa efetividade dos resultados planejados se relaciona mais a problemas complexos de natureza política ou decisória, do que temas gerenciais e operacionais. Aliás, na dimensão setorial o planejamento público tem desenvolvido boas experiências nacionais, em especial na área de energia e logística.
O autor defende que a reformulação dos processos de formação e capacitação para a função-planejamento exigem esforços combinados e articulados em três frentes, na formação teórico-prática, nos processos cooperativos e de aprendizagem e finalmente na aprendizagem centrada no aluno.
Dentre os processos de reformulação, existem dois aspectos que contribuem para as melhorias no contexto do planejamento, o primeiro aspecto se relaciona à mudança de mindset sobre o próprio conceito de planejamento, suas ferramentas e técnicas, mais como um toolkit e um framework flexível e adaptável ao contexto do que um roteiro estático e imutável.
Para concluir, Jackson de Toni afirma que a segunda dimensão repousa na aprendizagem em rede, centrada na solução de casos e problemas complexos, com base em situações reais. Finalmente, a terceira temática considera o processo de aprendizagem como um protocolo permanente, automotivado e integral, no sentido de que as aptidões, conhecimentos e habilidades relacionadas ao planejamento supõe, não só o domínio racional-cognitivo, mas também a maturidade no plano emocional.
O artigo está disponível para leitura na íntegra em: https://www.assecor.org.br/rbpo/vol-10-numero-2-2020/