Ibmec na mídia: confira artigo de opinião escrito por Reginaldo Nogueira

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Tempo estimado de leitura: 3 minutos

Reginaldo Nogueira, diretor-geral do Ibmec São Paulo e Brasília

Matteo Lanzafame, economista sênior do Banco do Desenvolvimento Asiático*

A invasão da Ucrânia coloca pedras no caminho do Brasil, mas nem tudo são notícias ruins

Diretor do Ibmec analisa a autonomia do Banco Central

Embora o Brasil não esteja diretamente exposto à guerra Rússia-Ucrânia, dado os pequenos fluxos comerciais e financeiros com os dois países – bem como os laços relativamente pequenos com as economias da União Europeia -, os impactos indiretos podem ser significativos.

Em primeiro lugar, vale observar os efeitos dos aumentos nos preços das commodities nos mercados internacionais. Preços mais altos de commodities têm levado ao aumento da inflação global, e no Brasil isso não tem sido diferente. Todavia, não podemos esquecer que, dada a condição do país como um grande exportador mundial de commodities, esse mesmo fenômeno deve impulsionar as exportações brasileiras. O país é um exportador líquido de petróleo e um grande fornecedor de bens agrícolas e minerais nos mercados globais.

É claro que as sanções à Rússia têm afetado suas exportações de fertilizantes, produto do qual o Brasil é um grande importador. Mas não se pode esquecer que outros exportadores agrícolas também são afetados por isso. E esses mesmos competidores internacionais sofrem mais fortemente com o aumento dos preços da energia do que o Brasil, que possui maior participação de fontes renováveis em sua matriz energética.  

Juntamente com taxas de juros reais mais altas que têm sido praticadas no país, o efeito do comércio exterior deve ter um saldo positivo de riscos, fortalecendo a taxa de câmbio. Nesse sentido, vale destacar que o Real é a moeda de melhor desempenho do mundo este ano. É de se esperar que isso ajude na luta do Banco Central contra a inflação, compensando parte dos efeitos altistas.  

Mas isso não significa dizer, de forma alguma, que a economia Brasileira não será afetada pelas repercussões globais da guerra.  Se por um lado o câmbio pode ajudar na estabilização da inflação, os preços continuam subindo a uma taxa elevada. Assim, o cenário inflacionário dependerá muito da capacidade de que as empresas repassem seus aumentos de custos para os consumidores.

Além disso, os juros mais altos devem deprimir a demanda doméstica, e tornar o cenário de emprego mais nebuloso. Entretanto, há pouco o que o Banco Central possa fazer para evitar isso, dado os desafios atuais do controle da inflação, e o próprio aumento mundial das taxas de juros. O balanço de riscos sugere cautela, embora nem tudo seja um conjunto de más notícias no campo econômico. 

*As opiniões contidas nesse artigo não representam as do Banco do Desenvolvimento Asiático, Ibmec, ou quaisquer instituições associadas.

Confira o artigo publicado no Estadão: clique aqui.

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