Conversa sobre Lawtechs e Legaltechs

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Tempo estimado de leitura: 5 minutos

Vamos falar sobre Lawtechs e Legaltechs?

O mundo dos negócios vem se adaptando e investindo em inovação cada vez mais. Empresas e diversas organizações passam por mudanças de estrutura, objetivo, forma de venda e atendimento ao cliente e condução de processos e projetos. Dentro das inovações, temos as Startups.

As startups chegaram no Brasil no início do século XXI, sendo que, segundo Associação Brasileira de Startups, o ramo cresceu muito a partir de 2010. São jovens empresas que procuram oferecer soluções inteligentes e inéditas para a sociedade e estão trabalhando de maneira bem próxima com os avanços e sugestões tecnológicas.

Dentre os vários segmentos de abrangência, temos a atuação no mercado jurídico através das Lawtechs e Legaltechs.

Para entender um pouco mais sobre elas, o Ibmec Carreiras Brasília conversou com Alessandro Machado – professor e Sócio da Cedro Capital, sendo responsável pelos processos de investimento e acompanhamento das investidas do Fundo Venture Brasil Central, voltado para investimentos em empresas de tecnologia:

Alessandro Machado

P: Alessandro, o que são Lawtechs e Legaltechs? Quando começaram a surgir?

Alessandro: Legaltechs ou Lawtechs são as designações que vêm sendo adotadas para empresas que empregam tecnologias em soluções aplicadas ao mercado jurídico. A aplicação destas terminologias é recente, acompanhando o surgimento de nomes como fintech, martech, retail tech e outras designações similares que representam a inovação digital em diferentes setores.  Apesar da terminologia ser relativamente nova, encontramos no mercado desde empresas nascentes (startups) até empresas tradicionais que vêm desenvolvendo tecnologias para o setor jurídico há várias décadas. O aspecto mais relevante é a inovação, o uso de novas tecnologias mudando a forma de fazer, trazendo eficiência, criando novas soluções.  

P: Quais os principais objetivos de trabalho e tipos de atuação?

Alessandro: A AB2L, Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs, elaborou um mapa das empresas deste setor, que apresenta cerca de 180 empresas no Brasil (https://ab2l.org.br/radar-lawtechs/). Podemos agrupar as Legaltechs/Lawtechs conforme o tipo de soluções e inovações que trazem ao mercado, tais como: 

Gestão de escritórios e departamentos jurídicos: neste grupo estão os sistemas de gestão e automação de processos dos escritórios de advocacia e departamentos jurídicos das empresas. 

Automação e gestão de documentos: empresas que empregam algoritmos para automação da criação e gestão de documentos, gestão de contratos a ainda automações sobre o andamento dos processos.

Monitoramento de Dados e Jurimetria: plataformas que monitoram, extraem e analisam dados jurídicos de diferentes fontes, públicas ou internas, com objetivo de trazer análises e previsibilidade sobre andamento de processos, decisões, previsão de contingências dentre outras análises. 

Conteúdo jurídico – portais que trazem ao mercado conteúdos temáticos, repositórios de leis, regulamentos, notícias e ainda serviços de educação e treinamento.

Regulatório e Compliance – plataformas que permite o monitoramento e gestão de risco e compliance, nos mais diferentes temas, como risco regulatório, tributário, trabalhista, entre outros.

Redes de profissionais e marketplaces – plataformas que intermediam serviços profissionais, como contratação de serviços jurídicos, contratação de correspondentes, diligências, serviços paralegais, entre outros.

Resolução de disputas – plataformas e serviços especializados para condução de mediação de disputas, em geral de forma online, remota. Neste grupo estão desde empresas buscam realizar acordos em massa, como na relação de empresas com consumidores, até portais para mediar disputas individuais. 

P: Como o profissional pode se preparar para atuar em uma?

Alessandro: As legaltechs e lawtechs têm contratado profissionais das mais diferentes áreas e formação: advogados, estatísticos, cientistas de dados, engenheiros, programadores, designers, redatores, entre outros, que são vistos atuando em várias destas empresas. O que estas empresas buscam, para se destacar em um ambiente cada vez mais competitivo, é a formação de equipes com diferentes competências para criar e oferecer soluções inovadoras para o mercado. Para atuar neste mercado, o profissional deverá estar alinhado com este objetivo de criação, inovação e execução de novos produtos e modelos de negócios.

P: Como um escritório pode fazer parte desse ecossistema?

Alessandro: O tema legaltech/lawtechs vem ganhando relevância nos últimos anos, com a formação de associações e diversos eventos especializados. Mesmo com a pandemia, eventos online sobre o tema acontecem a todo momento, e a participação em alguns eventos pode ajudar os escritórios a entender como podem ser beneficiar com a adoção de tecnologias inovadoras e disruptivas. Mas, acima de tudo, é importante que o escritório e seus profissionais estejam engajados em considerar a adoção de novas tecnologias para inovar na sua prestação de serviços ou em seu modelo de gestão.

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