Você já ouviu falar em Previdência Privada Infantil? Ela é um tipo de investimento de longo prazo criado para garantir a segurança financeira futura de crianças e jovens. Muitas pessoas associam a ideia de previdência à aposentadoria, ou seja, um futuro ainda distante para os mais novos. Entretanto, a previdência infantil pode ser utilizada para cobrir custos educacionais. Isto é, o dinheiro investido pode ser aplicado para pagamento de faculdade, intercâmbios e até mesmo abertura de novos negócios. Entenda melhor como funciona a modalidade.
Previdência Privada Infantil: o que é e quais as regras de aplicação?
Ao falarmos sobre previdência privada infantil, estamos tratando de um de investimento focado na segurança financeira de menores de idade no futuro. Ela permite que pais ou responsáveis façam contribuições regulares em um plano de previdência – que pode ser alimentada por diferentes familiares, sendo avós, tios ou padrinhos. O objetivo é o acúmulo de um montante que pode ser usado pelas crianças para diversas finalidades, como: educação superior, experiência internacional, compra de bens e outras metas após atingirem a maioridade.
Para contratar um plano de previdência privada infantil, a criança precisa ter um CPF válido. O responsável legal pode abrir a previdência em nome do menor, sendo ele mesmo o titular da conta. Existem dois principais tipos de planos:
– PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre): indicado para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda. Esta modalidade permite deduzir até 12% da renda bruta tributável. O IR incide sobre o total resgatado.
– VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre): indicado para quem faz a declaração simplificada do Imposto de Renda. Nesta modalidade, o IR é cobrado apenas sobre os rendimentos, não sobre o valor total resgatado.
Em relação aos planos, é importante salientar que, ao longo do tempo de investimento, é possível transferir o plano de previdência para outra instituição, mas deve-se manter o tipo de plano. Logo, seja PGBL ou VGBL essa escolha é sempre mantida e por isso deve ser tomada com bastante consciência.
Já em relação à tributação, o contratante deve escolher entre tributação progressiva ou regressiva – sendo a primeira uma tributação que aumenta conforme o valor resgatado, e a segunda, diminui conforme o tempo de aplicação. Quanto às contribuições, elas podem ser feitas de forma mensal, trimestral, semestral ou anual. Isso vai depender do plano escolhido e pode ser ajustado ao longo do tempo. A manutenção dessa carteira pode incluir certos custos de administração e de carregamento. Essas taxas, em geral, são de 2%, podendo chegar a 5% ao ano. Esse é um importante elemento para averiguar ao fazer a escolha pela administradora, pois pode afetar a rentabilidade da carteira.
Por fim, a informação mais esperada: as regras de resgate. Como se trata de uma previdência infantil, no geral, os resgates podem ser feitos a partir dos 18 anos. No entanto, isso pode variar conforme as condições do plano. Além disso, casos de falecimento do responsável, as seguradoras têm um prazo de até 30 dias para liberar os recursos aos beneficiários.
Crescimento e avanço nos indicadores na modalidade de investimento
Nos últimos anos, a previdência privada infantil tem se destacado como uma opção de investimento cada vez mais popular entre as famílias brasileiras. Parte desse avanço está relacionado com a maior conscientização dos pais sobre a importância de garantir um futuro financeiro seguro para seus filhos. Educação financeira tem se destacado como uma ferramenta de proteção frente às instabilidades sociais em escala global e nacional.
Segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), o número de novos planos de previdência privada infantil cresceu cerca de 20% ao ano nos últimos cinco anos. Em 2023, o volume de contribuições para esses planos chegou a R$8 bilhões, sendo um crescimento de 25% em relação ao ano anterior.
Esse crescimento pode ser atribuído a vários fatores, entre eles o acesso maior à informação e a popularização do tema. Assim, os pais buscam por alternativas de investimento mais seguras e rentáveis em comparação com a poupança tradicional. Além disso, a incerteza em relação às reformas da previdência social tem motivado muitas famílias a buscar opções complementares. Afinal, mudanças comportamentais estão levando os jovens mais tarde para o mercado de trabalho, enquanto a reforma estende o tempo de atuação.
Além disso, está havendo uma diversificação dos produtos oferecidos pelas instituições financeiras. Muitas delas têm desenvolvido planos específicos para menores, com condições atrativas como isenção de taxas de carregamento e opções flexíveis de contribuição. A regulamentação e a supervisão rigorosa pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) também aumentam a confiança dos investidores nesta modalidade.
Com a crescente adesão a esses planos, a previdência privada infantil está se consolidando como uma ferramenta eficaz para planejamento financeiro familiar. Uma forma de não só trazer segurança, mas de estimular e orientar, desde a infância, a importância de uma economia doméstica saudável e planejada.
Aqui no Blog temos textos que abordam educação financeira – inclusive sobre a importância dela para crianças e como dar os primeiros passos -, planejamento familiar e possibilidades de investimento. Para mais informações sobre o tema, leia nosso portal e acompanhe nossas redes sociais.