Como a redução da taxa Selic para 10,75% impacta o cotidiano e o mercado?

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Recentemente, houve a redução da taxa Selic para 10,75% refletindo decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil. Essa taxa, que representa os juros básicos da economia, desempenha um papel crucial em todo o sistema financeiro do país. Sua importância vai além do âmbito econômico, influenciando diretamente as condições de crédito, o consumo, os investimentos e até mesmo a estabilidade geral da economia brasileira. Neste artigo, vamos trazer alguns detalhes sobre essas variações na taxa Selic e quais os reflexos na vida cotidiana dos cidadãos e da economia brasileira.

O que é a taxa Selic?

A taxa Selic é uma abreviação para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia. Trata-se da taxa básica de juros da economia brasileira. Os juros são políticas monetárias que afetam diretamente as transações bancárias. Logo, a taxa Selic representa o custo do dinheiro no mercado interbancário, ou seja, o valor cobrado entre os bancos nas operações de empréstimos de curtíssimo prazo lastreadas em títulos públicos federais.

A Selic é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil e serve como referência para todas as taxas de juros praticadas no país. O que influencia desde os empréstimos bancários até os rendimentos de investimentos. Ao longo de sua história, a taxa Selic já passou por diversas flutuações em resposta às condições econômicas do país. Por exemplo, durante o período de alta inflação nas décadas de 1980 e 1990, a Selic atingiu picos elevados, chegando a ultrapassar os 45% ao ano. Já em momentos de estabilidade econômica, como na década de 2010, a taxa Selic foi reduzida para patamares históricos de cerca de 6% ao ano, visando estimular o crescimento econômico e o consumo. 

O tema tem sido recorrente nas disputas políticas do país. Desde janeiro, o presidente do Brasil tem manifestado desagrado em relação à taxa praticada pelos bancos. Em visita a um complexo da Marinha, no Rio de Janeiro, Lula declarou “Eu digo todo o dia: não tem explicação para nenhum ser humano do planeta Terra a taxa de juro no Brasil estar a 13,75%. Não existe explicação”. 

No entanto, economistas apontam que a taxa Selic tem como função a estabilização da inflação. O professor de economia do Ibmec Rio de Janeiro, José Reinaldo Souza, destacou em entrevista para o portal Seu Crédito Digital que a redução da taxa Selic, mesmo que para 10,75%, pode impactar na inflação e nos preços dos alimentos. Ele ressalta que o país teve preços favoráveis no setor alimentício no ano anterior, porém, prevê um cenário menos otimista para este ano. Principalmente em relação à inflação. A justificativa que Souza menciona é o aquecimento da demanda devido a políticas governamentais. Como o aumento real do salário mínimo e o pagamento de precatórios atrasados. Para ele, esses fatores contribuem para o risco inflacionário e podem afetar os preços dos alimentos.

Onde a variação da taxa Selic é mais sentida?

O aumento da taxa Selic faz diferença principalmente no custo do crédito e nos rendimentos de investimentos de renda fixa. Quando a taxa Selic sobe, os juros pagos em empréstimos e financiamentos tendem a aumentar, tornando o crédito mais caro para consumidores e empresas. Isso pode impactar diretamente o orçamento das pessoas, pois elas terão que destinar mais recursos para pagar suas dívidas. 

Além disso, investimentos de renda fixa, como poupança, CDBs e títulos públicos, tendem a oferecer retornos mais atrativos em períodos de Selic elevada. Portanto, o aumento da taxa Selic pode influenciar tanto nos custos do endividamento quanto nos ganhos financeiros das aplicações, afetando o dia a dia das pessoas em termos de orçamento e planejamento financeiro.

Portanto, quando a taxa Selic aumenta ou diminui, ela é acompanhada pela flutuação também da aceleração ou desaceleração do consumo. A questão vem dividindo especialistas e será observada ao longo dos próximos meses.

O impasse brasileiro da meta de inflação e atual redução da Taxa Selic

A meta de inflação é um instrumento importante da política econômica adotada pelo Brasil desde 1999. Busca garantir a estabilidade dos preços e, consequentemente, o poder de compra da moeda. Inicialmente, a meta de inflação foi estabelecida em 8%, com um intervalo de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Ao longo dos anos, essa meta foi sendo gradualmente reduzida, refletindo a busca por uma inflação cada vez mais controlada.

O papel da taxa Selic nesse contexto é fundamental. Quando a inflação ameaça ultrapassar a meta estabelecida, o Banco Central pode aumentar a taxa Selic para frear o consumo, tornando o crédito mais caro e desestimulando o investimento. Por outro lado, se a inflação está abaixo da meta ou se a economia precisa de estímulo, o Banco Central pode reduzir a taxa Selic, tornando o crédito mais acessível e incentivando o consumo e os investimentos.

Entretanto, como já vimos na visão do professor de economia do Ibmec, essa conta precisa levar em consideração outras variáveis de cenário. Por isso o tema tem gerado tanto debate na sociedade brasileira e deve cravar novos capítulos nos próximos meses. 

Para seguir acompanhando o assunto e ter as visões de grandes nomes da área econômica, acompanhe nosso blog. Siga nossas redes sociais e as matérias que explicam tudo sobre aumento e redução da Taxa Selic, inflação e outros indicadores essenciais para o cenário econômico brasileiro.

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