#trotesemviolência
Nossa instituição se empenha em proporcionar uma recepção calorosa e acolhedora aos calouros, baseada na premissa fundamental do respeito e empatia. Acreditamos que a integração entre calouros e veteranos pode ser estabelecida de maneira saudável e respeitosa, trazendo vantagens significativas para ambas as partes envolvidas.
Trote – O trote tem suas raízes nas primeiras universidades do mundo, e simboliza um ritual de passagem para uma nova etapa de vida. Em suas raízes históricas, baseava-se na premissa de que certas provações, sofrimentos ou humilhações fariam parte desse rito de passagem. Neste contexto, veteranos poderiam reproduzir nos calouros sofrimentos e humilhações que sofreram antes. Ou seja, além de perpetuar um ciclo vicioso, abre precedentes para abusos e relações baseadas no abuso de poder.
Mudanças nos trotes universitários – Gradualmente, conforme os anos se passaram, o trote passou a representar um momento de integração entre veteranos e calouros. Ainda assim, por vezes as brincadeiras cruzavam limites de humilhação ou mesmo violência. O último caso que nos chamou a atenção, em 2023, culminou com a expulsão de 15 calouros após atos obscenos cometidos em um jogo universitário. Estudantes da universidade vieram a público denunciando que a atitude foi imposta por veteranos como parte do trote da faculdade, e tais imposições e ameaças se estendem pelos anos da graduação. Ou seja, ainda precisamos estar atentos e combater práticas violentas ou abusivas em trotes universitários.
A Lei 10.454/99 proíbe a prática de qualquer tipo de trote que possa colocar em risco a saúde e a integridade física dos calouros.
Além disso, algumas práticas antes aceitas em trotes, são reconhecidas por lei como crimes, como:
- Forçar o consumo de bebidas alcoólicas.
- Forçar atos sexuais.
- Agredir verbalmente, ofendendo a honra ou dignidade.
- Agredir fisicamente ou ameaçar.
- Dar apelidos pejorativos.
- Forçar determinados comportamentos possivelmente degradantes, como agir como animais.
- Raspar ou cortar cabelos à força ou impor que sejam cortados.
Reflexões sobre o trote e o mercado de trabalho – As empresas de maior destaque em nosso mundo trabalham com cooperatividade, a responsabilidade social, ética, respeito e senso de coletividade, coibindo enfaticamente práticas abusivas ou violentas que prejudicariam seus negócios.
Não faria sentido que as universidades, locais de formação de futuros cidadãos, profissionais e líderes dessas empresas ou das que ainda surgirão fomente a existência deste práticas tão contrárias à inovação, ao desenvolvimento e à excelência.
Trote solidário – Decidindo pelo fim dos trotes violentos e buscando modificar uma cultura baseada na relação de poder para uma relação de cooperatividade entre universitários veteranos e calouros, além de trazer a responsabilidade social da universidade para primeiro plano, muitas instituições passaram a adotar atividades solidárias e culturais como forma de integração de novos alunos.
Por fim, podemos concordar que as universidades, assim como o mundo em que vivemos, passou por muitas mudanças desde suas origens e cabe a todos combater atos abusivos ou violentos incompatíveis com os valores universitários.
Ibmec-se!