Após o intenso e desafiador período acometido pela covid-19, o ano de 2022 ficou marcado pela relativa estabilidade sanitária em relação à pandemia. Ao mesmo tempo que houve motivos para alívio, o nível de preocupação subiu com o início do conflito na Ucrânia. Para além das consequências provocadas pela guerra, principalmente sobre a população civil, houve aumento da instabilidade econômica mundial e disparada do dólar no mercado internacional, afetando principalmente os países de menor renda.
Outro motivo para o temor foi a desaceleração da economia chinesa, que afetou mercados em todo o mundo, inclusive no Brasil, forte dependente do país em setores como agronegócio e mineração. Por aqui, o ano também foi agitado na política, com a realização das acirradas eleições presidenciais que culminaram com a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o ex-presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), por uma margem apertada.
A economia brasileira cresceu 2,9% em 2022, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografria e Estatística (IBGE). Trata-se de uma desaceleração em relação ao ano anterior, quando a economia cresceu 5,1%. Segundo Samuel Barros, pró-reitor de pós-graduação do Ibmec no Rio de Janeiro e coordenador técnico de MELHORES E MAIORES, da EXAME, o principal motivo para a desaceleração foi a política monetária apertada adotada pelo Banco Central (BC) para tentar conter a inflação. No ano passado, a taxa básica de juro (Selic) subiu para 13,75% ao ano, o maior nível desde 2016.