O avanço do Marco Legal dos Games no Brasil e suas implicações 

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Tempo estimado de leitura: 6 minutos

O avanço do Marco Legal dos Games está em discussão no senado federal. Trata-se de um projeto de lei que busca estabelecer regulamentações para a indústria de jogos eletrônicos no Brasil. Sua proposta tem gerado um intenso debate entre empresas do setor, associações e legisladores. A discussão é extremamente contemporânea e urgente, e visa criar um ambiente legal para uma enorme indústria em crescimento. O projeto tem sido alvo de críticas e controvérsias. Algumas delas são centradas em preocupações como a tributação dos jogos, o reconhecimento cultural dos games e o impacto nas aplicações educacionais e sociais. Nesse contexto, o projeto revela uma interseção complexa entre a cultura dos videogames e os desafios regulatórios. São questões que refletem a importância cada vez maior dos jogos eletrônicos na sociedade contemporânea. Entenda um pouco mais.  

A febre dos gamers ao longo dos anos 

A cultura dos videogames no Brasil tem uma trajetória que se estende por várias décadas. Ela tem sido influenciada por diversos fatores, incluindo avanços tecnológicos, mudanças econômicas e desenvolvimentos sociais. Embora tenha havido altos e baixos ao longo do tempo, conquistou um espaço significativo. 

Nos anos 80 e 90, os videogames começaram a se popularizar no Brasil. A chegada de consoles como o Atari 2600 e o Nintendo Entertainment System (NES) foi um diferencial. Mas é na década de 90 que o cenário ganha força de verdade. O mercado viu um crescimento notável com a chegada do Super Nintendo e do Mega Drive. Além disso, também tinha os populares fliperamas, especialmente em áreas urbanas.  

Na década de 2010, a cultura dos videogames se expandiu rapidamente com a chegada de consoles de última geração. Eram eles: o PlayStation 3, Xbox 360 e posteriormente o PlayStation 4 e Xbox One. Eventos de jogos, como a Brasil Game Show (BGS), ganharam destaque, proporcionando um espaço para jogadores e desenvolvedores se encontrarem. 

A proliferação de smartphones também teve um impacto significativo, tornando os jogos mais acessíveis por meio de aplicativos móveis. Além disso, o crescimento dos eSports e dos jogos online multiplayer contribuiu para uma comunidade gamer cada vez mais vibrante. 

Atualmente, o Brasil é um dos maiores mercados de jogos na América Latina e ocupa uma posição relevante globalmente. A cultura dos videogames está presente em diversos aspectos da sociedade, desde entretenimento até educação e indústrias relacionadas. O debate em torno do Marco Legal dos Games reflete o reconhecimento crescente da importância dessa indústria na economia e na cultura brasileira.  

O que é e como está o avanço do Marco Legal dos Games?  

O Projeto de Lei 2796/2021, o Marco Legal dos Games, busca estabelecer uma série de regras regulatórias para a indústria de jogos eletrônicos no Brasil. O mercado de games é um dos setores que mais movimentam bilhões de dólares no mundo. Um mercado com um público vasto, principalmente jovens de 16 a 34 anos. Como dito anteriormente, o Brasil é o maior mercado de games na América Latina e ocupa a 10ª posição mundial em receitas do setor. O mercado global de jogos eletrônicos é estimado para faturar cerca de US$ 260 bilhões em 2023, podendo chegar a US$ 321 bilhões até 2026. 

Justamente por envolver um público que exige atenção e cuidado, bem como girar tamanho capital, que o projeto se tornou algo tão necessário. O projeto visa a segurança jurídica para investimentos e o estímulo à formação de mão de obra. Além de buscar reconhecer que os jogos eletrônicos têm usos além do entretenimento, como nas áreas de saúde, educação e treinamento. 

Algumas críticas se concentram na definição de jogos eletrônicos no projeto, que pode ser considerada simplista e não contemporânea. É ressaltada a importância de abordar não apenas a programação, mas também outros aspectos essenciais para a criação de jogos, como arte, negócios e aspectos jurídicos. Uma das principais críticas está relacionada à tributação dos jogos. O projeto propõe incluir os games nas mesmas regras de tributação dos equipamentos de informática, o que pode aumentar os custos para a indústria e afetar negativamente o mercado. Do lado das empresas, elas argumentam que o projeto não considera adequadamente a natureza cultural dos jogos. Isto é, limita suas aplicações em áreas do entretenimento, sobretudo, expandindo apenas para a educação e saúde. Isso pode restringir o potencial de desenvolvimento e inovação em diversas áreas. Consequentemente, também  há preocupações de que o projeto não reconheça a diversidade de profissionais e áreas envolvidas na indústria de jogos. Ele pode favorecer principalmente a programação de computadores, enquanto negligencia outros campos importantes, como design, dublagem, arte e mais. 

O enorme debate sobre a relação games x juventude 

A relação entre a cultura dos videogames e os adolescentes é um tópico complexo e frequentemente discutido. Há uma série de preocupações associadas a essa interação que atravessam o avanço do Marco Legal dos Games. Uma das principais preocupações é o tempo excessivo que alguns adolescentes podem passar jogando videogames. Isso pode levar a um uso excessivo da tecnologia, causando isolamento social, negligência de atividades físicas e outros interesses. Existe preocupação com o potencial impacto dos jogos na saúde mental dos adolescentes. Jogar excessivamente pode levar ao isolamento social, ansiedade, depressão e outros problemas emocionais. 

Alguns jogos contêm conteúdo inadequado para certas faixas etárias, como violência gráfica, linguagem imprópria e temas adultos. Isso levanta preocupações sobre a exposição dos adolescentes a esse tipo de conteúdo. Alguns estudos exploraram a relação entre jogos violentos e comportamento agressivo em adolescentes. Embora não haja consenso absoluto sobre essa relação, é fato que exista tal preocupação. 

É importante destacar que muitos adolescentes jogam videogames de forma saudável e equilibrada, sem enfrentar nenhum dos problemas mencionados. Os jogos também têm benefícios potenciais, como o desenvolvimento de habilidades cognitivas, criatividade, coordenação motora e trabalho em equipe. 

Como em qualquer forma de entretenimento ou atividade, o equilíbrio e a moderação são fundamentais. Os pais e cuidadores desempenham um papel importante no amadurecimento da relação com os jogos. Assim como a própria regulamentação do setor é um fator favorável.   

Acompanhe nosso blog para saber mais sobre o avanço do Marco Legal dos Games e esteja por dentro deste debate.  

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