Muitas vezes é difícil relacionar o cenário econômico das manchetes dos jornais com a sua vida cotidiana. Pode parecer um desafio, mas aprender sobre economia é possível e necessário. Ela está presente em muitos aspectos do nosso dia a dia e você só precisa se dedicar a algumas fontes de informação. Não pular etapas e aprender os conceitos básicos é o conselho que Ricardo Hammoud, professor de macroeconomia no Ibmec-SP, traz neste artigo. Vamos explicar os primeiros passos que você deve dar para começar. E também traduzir as principais siglas para que você não se perca mais na sopa de letrinhas da economia.
Economia real: o boletos e a vida prática
Para começar, a economia afeta diretamente o mercado de trabalho, os preços no mercado, o valor dos bens e o acesso ao consumo. Logo, afeta diretamente a vida de todo cidadão. As políticas econômicas adotadas pelos governos podem ter um impacto significativo em sua vida diária. Os cortes de impostos, estímulos econômicos. Medidas fiscais influenciam direta ou indiretamente suas finanças pessoais e a economia em geral. Essas políticas podem influenciar desde a taxa de juros que você paga até a disponibilidade de serviços públicos e infraestrutura.
Portanto, a economia influencia as escolhas de consumo que fazemos diariamente. Quando a economia está em recessão, por exemplo, as pessoas podem reduzir seus gastos discricionários e priorizar necessidades básicas. Já em períodos de crescimento econômico, elas tendem a gastar mais. Ao entender o contexto econômico, você pode ajustar suas decisões de consumo de acordo com as condições econômicas prevalecentes.
“Para entender economia básica e conseguir entender de forma competente é importante entender que a economia funciona diferente no curto, médio e longo prazo. Entender como as variáveis incidem e os princípios básicos da macroeconomia como PIB, inflação, juros, política fiscal e monetária é o início de tudo.” esclarece Ricardo Hammoud.
PIB, inflação, juros: esclarecendo um por um
Aprender sobre economia pode parecer intimidante à primeira vista, pois envolve uma série de termos técnicos e análises complexas. No entanto, é possível desvendar os mistérios da macroeconomia e adquirir um conhecimento sólido sobre o assunto. Vamos começar pelos principais termos:
Produto Interno Bruto (PIB):
O Produto Interno Bruto (PIB) é uma medida amplamente utilizada para mensurar a atividade econômica de um país. Ele é avaliado durante um determinado período de tempo, geralmente um ano. Representa o valor total de todos os bens e serviços finais produzidos dentro das fronteiras de um país em um determinado período. O PIB é uma métrica importante para avaliar o crescimento econômico, pois reflete a produção e o consumo de uma nação. Normalmente, o PIB é dividido em categorias, como consumo das famílias, investimentos, gastos do governo e saldo das exportações líquidas.
Inflação:
A inflação é a variação dos preços dos bens e serviços em uma economia ao longo do tempo. Seu aumento reduz o poder de compra da moeda, pois a mesma quantidade de dinheiro passa a comprar menos produtos ou serviços. A inflação pode ser causada por vários fatores. Alguns deles são o aumento dos custos de produção, demanda excessiva em relação à oferta, aumento dos salários e pressões cambiais. É comum medir a inflação por meio de índices, como o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esses índices acompanham a variação média dos preços de uma cesta de bens e serviços representativa.
Juros:
Os juros referem-se à taxa de remuneração pelo uso do dinheiro emprestado ou pelo investimento realizado. Eles representam o custo do dinheiro ao longo do tempo. Quando você toma um empréstimo, por exemplo, o valor do empréstimo é acrescido de juros, que é a compensação que você deve pagar ao credor pelo uso do dinheiro. Por outro lado, quando você faz um investimento, pode receber juros como retorno pelo empréstimo do seu dinheiro a terceiros. Os juros são influenciados por vários fatores. Nesse caso, inclui as políticas monetárias dos bancos centrais, o nível de inflação, a oferta e a demanda de crédito e as expectativas econômicas.
Esses três conceitos são o tripé básico do conhecimento econômico. Quem está começando deve tê-los de maneira muito bem definida na cabeça. Depois outros termos e variáveis vão se somando à análise. No entanto, para isso, é preciso acompanhar de forma contínua e fontes seguras que te estimulem ao conhecimento. Como reafirma o professor do Ibmec:
“Acompanhar pessoas que você se interessa mais, que ensine os princípios básicos, seja por um podcast, blog, livro, mas um conteúdo que ensina os princípios básicos para entender como as políticas econômicas afetam seu bolso.”
Só então, começar a pensar formas de equilibrar a economia doméstica e, enfim, passar a pensar em como investir bem o seu dinheiro. Ricardo Hammoud explica uma forma segura de dar o pontapé.
“Antes da pessoa investir de forma grande, começar a comprar ações, um investimento básico é o tesouro direto, um investimento fácil e que a pessoa consegue acessar entrando no site para conhecer quais são os títulos e os perfis de cada um. Ou então o CDB.”
Tesouro direto e CBD: o que é?
O Tesouro Direto e o Certificado de Depósito Bancário (CDB) são dois produtos de investimento bastante populares no mercado financeiro. Ambos os investimentos têm características e riscos distintos, e é importante avaliar suas necessidades, perfil de investimento e objetivos antes de decidir onde aplicar seu dinheiro. Mas a seguir entenda que eles são de forma básica e direta.
Tesouro Direto:
O Tesouro Direto é um programa do governo brasileiro que permite que pessoas físicas invistam em títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional. Esses títulos representam a dívida do governo federal e são considerados investimentos de baixo risco, pois são respaldados pelo próprio governo. Ao investir no Tesouro Direto, você está emprestando dinheiro para o governo e, em troca, recebe uma remuneração na forma de juros ao longo do tempo.
Certificado de Depósito Bancário (CDB):
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um título de renda fixa emitido por instituições financeiras, como bancos comerciais. Ele representa um contrato de empréstimo entre o investidor e o banco emissor. Ao investir em um CBD, você está emprestando dinheiro ao banco e, em troca, recebe uma remuneração na forma de juros.
Em suma, aprender sobre economia requer dedicação e interesse, mas não precisa ser uma tarefa assustadora. A combinação adequada de cursos, recursos online, leitura e aplicação prática, é possível adquirir um sólido conhecimento nessa área. Acompanhe nosso blog para mais informações e também dicas dos nosso professores.