Conheça a história da aluna do Ibmec BH que concilia 3 estágios na ONU

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Tempo estimado de leitura: 10 minutos

Raquel Pitanga é aluna do 4° período de Relações Internacionais do Ibmec BH e já realizou, simultaneamente, 3 estágios na Organização das Nações Unidas (ONU). No momento, ela está em um projeto da ONU para a Sustentação da Paz na Colômbia e em novembro vai iniciar um estágio no Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes.

Em entrevista para o Ibmec Insights, a aluna conta sobre a experiência nos estágios, como ela concilia os desafios profissionais com os estudos e como a formação no Ibmec auxilia nas experiências no estágio 

1.            Raquel, você já realizou, simultaneamente, 3 estágios na ONU. Conte um pouco sobre a experiência e o que você fez em cada estágio?

Há cerca de 1 mês, houve um período de três semanas em que coincidiram a missão de três estágios que eu realizava como Voluntária das Nações Unidas (UNV).

Há época eu trabalhava como redatora de propostas de subvenção para a ONG camaronense Association for Community Awareness (ASCOA), mais especificamente no desenvolvimento de propostas de subvenção em áreas relacionadas à proteção ambiental (gestão de resíduos) e a saúde (estigma e discriminação de mulheres e meninas). Atuando junto à equipe de captação de recursos, eu ainda prestava serviços de consultoria no desenvolvimento e gerenciamento das referidas propostas.

Simultaneamente, eu também trabalhava para o United Nations Development Programme (UNDP ou PNDU em português). Por parte do escritório de Nova York, eu era responsável por conduzir a promoção e divulgação do Massive Online Open Course (MOOC) sobre Governança de Gênero e Mineração em inglês, espanhol e francês. Trabalhando com a equipe do Learning for Nature do PNDU, eu auxiliava no desenvolvimento de campanhas de engajamento nas redes sociais, especificamente direcionadas a organizações de direito das mulheres na indústria de mineração, igualdade de gênero e exploração sustentável. Para além disso, conduzia reuniões periódicas com stakeholders importantes para o projeto na América Latina.

Por fim, eu havia acabado de iniciar meus serviços como Voluntária das Nações Unidas para o United Nation’s Multi-partner Trust Fund for Sustaining Peace in Colombia, onde sigo trabalhando até o momento. Como UNV, apoio a equipe de Comunicação no desenvolvimento de campanhas de mídia social para aumentar a visibilidade do Fundo e atrair doadores. Entre minhas principais responsabilidades devo destacar o desenvolvimento de campanhas mensais, por meio da realização de pesquisas competitivas, determinação de plataformas, benchmarking, identificação de público e desenvolvimento de conteúdo. Também auxilio no desenvolvimento de projetos com enfoque na construção da paz e no desenvolvimento sustentável por meio da mobilização, coordenação de financiamento e co-financiamento de intervenções estratégicas que produzam resultados concretos nas áreas de atuação do Fundo, sendo estas, estabilização, reintegração, reparação das vítimas, justiça transitória e comunicação.

No presente momento, além de trabalhar como UNV para o Fundo, acabei de passar no processo seletivo para o programa de Estágio de Projetos pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC) em Brasília, tendo como data prevista para o início das minhas atividades junto à organização no próximo dia 15. 

2.   Como consegue conciliar os estágios e os estudos no Ibmec?

Acredito que a chave para conciliar os estágios e os estudos é buscar aproveitar ao máximo o tempo em sala de aula e desenvolver uma boa organização de sua agenda de horários. Nesse sentido, ler os textos de preparação para as aulas na noite anterior; participar ativamente durante às aulas, sempre buscando esclarecer dúvidas sem deixar que elas acumulem até as provas; tomar notas detalhadas durantes às aulas; bem como manter em dia as listas de exercícios e atividades avaliadas é crucial para manter um bom desempenho nas matérias da faculdade. Todas estas atividades são realizadas durante a semana no período da manhã e noite, e aos finais de semana, de forma que as tardes de segunda à sexta são exclusivamente dedicadas aos estágios. Por mais que eu busque me ater ao meu cronograma, haverá exceções quando os trabalhos do estágio e reuniões possam se estender até o período da noite, ou que eu precise trabalhar durante os fins de semana e feriados, contudo, acredito que a chave é buscar se ater o máximo possível a uma rotina.

3.   Como conseguiu entrar nos estágios da ONU?

Para as vagas de Voluntária das Nações Unidas, eu realizei a aplicação pelo site do Voluntariado das Nações Unidas. Uma vez que você se inscreve como voluntário da organização, você pode aplicar às mais diversas vagas para os mais variados escritórios da ONU e organizações parceiras, encaminhando seu currículo e participando dos processos seletivos.

Pessoalmente, devo admitir que as vagas são muito concorridas, contudo, a partir do momento que você é aprovado em pelo menos uma, mais facilmente você será aprovado em outros processos seletivos. Enriquecendo o meu currículo a cada experiência adquirida, eu hoje conto com 5 experiências como Voluntária das Nações Unidas e, felizmente, posso afirmar que quando aplico para outras vagas sou convidada a participar da maioria delas.

A vaga para o Estágio de Projetos pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC) em Brasília, por sua vez, depreende um processo seletivo mais rigoroso, que deve ser feito conforme o edital publicado no site do Escritório. Novamente, estas vagas são ainda mais concorridas, para as quais são requeridas uma formação específica ou experiência relevante na área em questão. Participei do processo seletivo para a vaga alguns meses atrás, apesar de ter chegado à fase final do processo, não fui aprovada. Contudo, devido à minha excelente performance no processo, fui convidada a compor o banco de talentos da organização. Semana passada, fui contactada por e-mail pela equipe de recrutamento da UNODC Brasil, por meio do qual fui convidada a assumir uma vaga de estágio de projetos.

4.   Como o setor de Carreiras e o Ibmec te ajudaram nessa caminhada?

Eu, pessoalmente, não utilizei o setor de Carreiras para esses estágios, pois a ONU divulga as vagas diretamente no site deles. As palestras e eventos organizados pelo Carreiras, por sua vez, são sempre extremamente enriquecedores, já havendo participado de alguns, posso atestar que muito contribuíram para o meu bom resultado em entrevistas e atividades em processos seletivos.

5.   Como a grade curricular e o ensino no Ibmec ajudam no seu estágio? Como o estágio contribui para os seus estudos?

Acredito que seja válido destacar o bom equilíbrio que a grade curricular traz entre teoria e prática. Sendo Relações Internacionais um curso de grande carga teórica, a grade do Ibmec permite a integração desta teoria à eventos, cenários, situações e aplicações práticas. Como, por exemplo, no terceiro período, quando são ministradas simultaneamente matérias de teoria contemporânea, macroeconomia e análise de políticas públicas, fato que provê uma possibilidade de análise holística, complementar e aplicada do conteúdo teórico sobre os mais diversos cenários em âmbito internacional.

Nesse contexto, uma situação me vem à mente, na qual eu não somente percebi a aplicabilidade prática do conteúdo ministrado em sala de aula, mas também dada experiência complementou a minha formação e meus estudos acerca da disciplina de análise de políticas públicas. Há época eu havia iniciado o meu primeiro estágio como Voluntária das Nações Unidas, em associação com a ONG humanitária Christian Fellowship and Care Foundation, quando ajudei a redigir uma proposta de subvenção para a prevenção de violência contra mulheres e meninas em espaços públicos a ser implementada na cidade de Owerri, na Nigéria. Nesta ocasião, estudávamos em sala de aula exemplos de políticas públicas implementadas ao redor do mundo e, por meio das leituras de artigos discutidos em sala, consegui desenvolver o projeto Speak Up! Prevention of Violence Against Women and Girls in Public Spaces com base em projetos bem-sucedidos e anteriormente implementados no mesmo sentido, ajustando minha proposta às limitações orçamentárias e especificidades locais.

6.   O que planeja para seu futuro profissional?

Eu adoraria seguir uma carreira dentro das Nações Unidas e, por mais que este seja um grande anseio pelo qual eu venha me dedicando a alcançar, não podemos perder de vista a realidade. As vagas no âmbito da ONU são extremamente concorridas, somente os melhores profissionais da área são selecionados para atuar por parte da organização. Logo, apesar de buscar as melhores experiências profissionais e uma boa formação acadêmica, tenho plena ciência que não posso me dar ao luxo de restringir as minhas prospectivas de trabalho. Portanto, mantenho o horizonte aberto às múltiplas possibilidades de atuação profissional que posso exercer enquanto internacionalista.

7.   Você acha que o Curso de Relações Internacionais do Ibmec te prepara para esse tipo de profissão?

Uma das razões pelas quais eu escolhi realizar a minha graduação em Relações Internacionais pelo Ibmec foi justamente pela estrutura da grade curricular, que fornece um verdadeiro diferencial para os alunos que desejam trabalhar nos mais diversos setores. Nesse sentido, posso atestar que o curso perfeitamente me capacitou para realizar os serviços que venho exercendo no âmbito das Nações Unidas, bem como não tenho a menor sombra de dúvida que igualmente me capacita para atuar nos mais variados âmbitos do setor privado, acadêmico ou diplomático, se assim eu me propor a fazê-lo.

8.   O que diria para quem quer seguir esse caminho?

Se me permitirem o uso de uma coloquialidade, eu diria que precisam “correr atrás”. Digo isso por experiência própria, as vagas nas Nações Unidas possuem requerimentos básicos que muitas vezes relegamos à segundo plano, tais como fluência em língua estrangeira. A efetiva fluência no Inglês é essencial e um pré-requisito trivial a praticamente todas as vagas. Para além do inglês, é fundamental fluência em outra língua que não a língua materna, eu por exemplo, que já dominava o espanhol, me dediquei ao francês.

Encorajo também que encontrem uma forma de diferenciar seu currículo para que ele seja atrativo aos recrutadores. Posso atestar que minha primeira experiência como Voluntária das Nações Unidas veio após eu realizar um curso pela Stanford University acerca da matéria de gênero. Depois desse curso, fui repetidas vezes recrutada para a realização de serviços acerca da mesma temática por outras ONGs internacionais e Escritórios das Nações Unidas tais como a ONU Mujeres Bolivia, o UNDP e o UN Multi-partner Trust Fund for Sustaining Peace in Colombia.

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