ChatGPT: você está por dentro do assunto do momento?

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Tempo estimado de leitura: 6 minutos

Todos querem saber: afinal, o que é o ChatGPT? Até onde vão os limites desta nova ferramenta digital? Considerado uma sensação devido às suas habilidades impressionantes de geração de linguagem natural, esta Inteligência Artificial (IA) trouxe entusiasmo e polêmica sobre o futuro da Internet e da sociedade em geral.

Desenvolvido pela empresa OpenAI, ele é capaz de gerar respostas para perguntas e tarefas extremamente diversas. Isso inclui bate-papo, tradução de idiomas, redação de textos, linguagem de programação, plano de negócio e, muito, muito mais.

Aparentemente, entramos em um caminho sem volta para uma revolução na forma de experimentar o espaço virtual e executar tarefas. Gustavo Macedo vai nos ajudar a entender um pouco do que está rondando o tema. Professor no curso de relações internacionais do Ibmec SP, ele aborda os desafios que chegam com o Chat.

Estamos falando do futuro da Internet?

Há um misto de curiosidade e questionamento sobre o que é, de fato, o ChatGPT. A tecnologia é treinada em um vasto conjunto de dados de linguagem natural. Com isso, ele é apto a imitar a capacidade humana de compreender e gerar linguagem, em qualquer idioma.

Além disso, outro aspecto que chama atenção é sua capacidade de compreender e responder a uma ampla variedade de perguntas e tópicos. Com um rápido processamento de milhares de dados dispostos na internet, ele se torna uma ferramenta muito útil em várias aplicações.

“O aplicativo ChatGPT ganhou uma versão atualizada, o que acende ainda mais um alerta para os brasileiros. Afinal, cresce a pressão para o Brasil entrar de vez na discussão sobre as oportunidades que a inteligência artificial cria e os desafios que nos impõe.” Explica Gustavo Macedo.

            De acordo com ele, é preciso reconhecer que este é o caminho da nossa sociedade e não devemos resistir a este avanço. O ideal seria o investimento neste debate de forma não só a pensar no desenvolvimento dos recursos, mas nas implicações regulatórias. No entanto, não é bem o que acontece no Brasil.

         Conforme o professor, nosso país é uma das economias mais vulneráveis quando o assunto é soberania digital. As legislações já existentes, como o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados, não são suficientes para nos proteger. Isto é, não abarcam nem os problemas atuais, quanto mais aqueles que ainda surgirão. Conforme se dá o avanço das Tecnologias da Informação e Comunicação, as TICs, mais vemos ameaças às instituições como a democracia.

            Nesse sentido, o ChatGPT é um verdadeiro alerta, pois o Brasil decidiu não liderar a discussão. Assim, seguimos dependentes da tecnologia e regulação estrangeira, ainda que sejamos um país grande e um tanto quanto particular.

Quem pode e como usar o ChatGPT?

Qualquer pessoa pode usar o ChatGPT. Ele é acessível pela Internet e você só precisa de um dispositivo, seja um computador ou smartphone, seja você um profissional ou um usuário comum. A ferramenta ainda está em fase de desenvolvimento, o que significa que ao utilizá-la você ajudará a refinar sua funcionalidade. Por isso, muitas pessoas têm experimentado sua capacidade de dar soluções rápidas e funcionais. Afinal de contas, todos querem saber até onde é capaz de chegar essa novidade.  

            Aos que já vem incorporando o ChatGPT ao dia a dia, ele é frequentemente adaptado em aplicações como assistentes virtuais, chatbots, sistemas de resposta automática. Além também de outras soluções para produção de linguagem responsiva em áreas como atendimento ao cliente, educação, saúde, e-commerce, entre outras.

Quais os riscos do uso dessa Inteligência Artificial?

Assim como outras tecnologias, o ChatGPT também apresenta alguns perigos como:

  • Viés: a linguagem pode ser influenciada por preconceitos presentes nos dados de treinamento. Ou seja, assim como em sociedade, ele pode reproduzir estereótipos e discriminações existentes.
  • Segurança: pode ser usado para gerar respostas maliciosas, desinformações e instruir ataques ações prejudiciais ou golpes.
  • Privacidade: por se tratar de algo muito novo, pode coletar informações pessoais e sensíveis durante a utilização dos usuários. Isso pode infringir leis de privacidade e segurança dos dados.
  • Dependência tecnológica: a facilidade de uso pode promover determinadas dependências de usuários para executar tarefas básicas, e afetar, inclusive, traços de comunicação.
  • Manipulação: pode ser utilizado para manipular a opinião pública, criar conteúdos falsos e potencializar o efeito da desinformação.

Logo, é muito importante que se trabalhe e reflita formas de amenizar tais riscos enquanto a ferramenta está sendo aprimorada. É mais do que necessário adotar boas práticas de segurança e ética. É justamente aqui onde o Brasil precisa se alocar estrategicamente.

Como o mercado brasileiro deve encarar a questão?

Gustavo Macedo traz uma importante análise sobre como o Estado brasileiro deve se comportar frente a esta inovação. Logo de início, ele ressalta que o Brasil, infelizmente, já não tomou a dianteira no tema.  Para ele, ao longo dos últimos governos não investimos adequadamente em políticas de ciência e inovação. Optamos por não encorajar nossos jovens às carreiras científicas, nem ofertamos bolsas de pesquisa com valores e condições adequadas. Seguimos por uma cultura empresarial arcaica de não investimento em inovação nacional.

            “Não há espaço para amadorismo, improvisos ou soluções milagrosas. O planejamento é recompensado; a falta dele, punida. Quanto ao Brasil, uma vez que decidimos não ser produtores de IA, cabe decidirmos que tipo de consumidores queremos ser. Nessa escolha talvez possamos recuperar um pouco do poder do qual abrimos mão para nossos consortes internacionais.” Complementa o professor.

            Por fim, mais do que ficar refletindo sobre o que é o ChatGPT e se de fato irá prosperar, devemos investir em quem queremos ser diante dele. Na sua visão de pesquisador e professor, nosso momento está justamente no fato de que os produtores de IA estão buscando expandir suas atividades sobre economias como a brasileira.

         Portanto, trata-se de uma reserva de milhões de usuários e bilhões de dólares para eles, nós somos um disputado mercado. E como um cliente disputado, devemos saber utilizar a concorrência entre vendedores para melhorar nossos preços e condições.

“Trata-se da oportunidade de buscarmos um equilíbrio entre a garantia de inovação econômica com proteção de direitos fundamentais.” arremata Gustavo Macedo.

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